Adriana é graduada em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC com residência em Obstetrícia - Ginecologia e especiali...
iRedatora especialista na cobertura de conteúdos sobre saúde, bem-estar, maternidade, alimentação e fitness.
A dermatite atópica é uma doença crônica conhecida por causar crostas e ferimentos na pele que levam à coceira intensa, principalmente nas dobras dos braços e na parte de trás dos joelhos. É mais comum em crianças, mas também pode acometer adultos.
Além dos sintomas físicos, a dermatite atópica pode causar consequências emocionais a quem sofre com ela, principalmente as crianças. Isso porque a doença causa vermelhidão, inflamação e descamação da pele e, muitas vezes, isso pode causar vergonha da aparência, situações de bullying na escola e instabilidade emocional.
Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pelo instituto Lumini Conhecimento, a pedido da Pfizer. De acordo com o levantamento “A Vida com Dermatite Atópica no Brasil”, 72% dos pais de crianças com dermatite atópica contam que há sinais de que a saúde emocional de jovens e crianças é comprometida pela doença.
“Estamos falando de uma doença subestimada, frequentemente confundida com uma alergia de pele passageira. Contudo, seu impacto vai muito além das lesões de pele. A dermatite atópica é uma doença crônica e multifatorial, que envolve aspectos genéticos, ambientais e imunológicos, podendo causar coceira, dor, desconforto e angústia, com prejuízos não apenas físicos, mas também para o bem-estar emocional”, afirma Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil.
Saiba mais: Eczema: o que é, tratamentos e sintomas na pele
A pesquisa foi realizada com dois grupos de entrevistados: um formado por pacientes adultos e outro composto de pais ou responsáveis por crianças e adolescentes com dermatite atópica com idade entre 10 e 18 anos incompletos. No total, foram 856 participantes, com respostas colhidas nas regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul.
Consequências emocionais da dermatite atópica
Segundo o levantamento, 69% dos pais de crianças e jovens concordam que a dermatite atópica traz instabilidades emocionais, choro, irritação e sentimentos de depressão ou ansiedade. Além disso, 55% concordam que esses jovens pacientes enfrentam episódios de bullying e preconceito na escola, em função da aparência da pele.
Outras questões também foram percebidas, como prejuízos no rendimento escolar (54%), isolamento social (58%), dificuldade para dormir (67%), redução das opções de lazer (66%) e vergonha da aparência da pele (63%).
Uso de medicamentos para ansiedade e depressão mais do que dobra nas crises
O levantamento também indicou que é durante as crises de dermatite atópica que as consequências emocionais da doença ganham mais intensidade. De acordo com 25% dos pais e cuidadores de pacientes infanto-juvenis, é preciso utilizar medicamentos para ansiedade ou depressão durante os episódios de crise. Esse percentual cai para 11% quando a doença está sob controle.
As épocas mais difíceis da doença também podem estimular o maior uso de corticoides - o percentual de crianças e adolescentes que usa esse tipo de medicamentos durante as crises é de 70%. Esse hábito, sem acompanhamento médico, está associado a efeitos colaterais, como maior risco para obesidade, acne, diabetes, irritação gástrica, insônia, irritabilidade e interrupção do crescimento nas crianças.
Leia mais: Corticoide: o que é, pra que serve e se engorda
Também é durante as crises que há uma busca maior por tratamentos caseiros, o que é praticado por 17% dos responsáveis pelos pacientes mais jovens.
“Em busca de alívio rápido, muita gente pode se deixar levar por receitas que parecem inofensivas, mas que têm o potencial de agravar ainda mais a saúde de uma pele que já está inflamada. Por isso, é importante não usar nenhum tipo de produto sem a indicação do médico que acompanha o caso”, reforça a médica dermatologista Mayra Ianhez.
Adultos também sentem as consequências da dermatite
O levantamento também trouxe dados importantes sobre as consequências da dermatite atópica em pacientes adultos. De acordo com o estudo, a vergonha da aparência se sobressai sobre os impactos emocionais relacionados com a doença. Além disso, quase metade (48%) dos pacientes concorda que a condição pode atrapalhar a vida profissional, principalmente atividades que tenham maior interação com o público em geral.
“Muitas vezes, os pacientes acabam optando por atividades profissionais que possam realizar em casa e que permitam alguma flexibilidade em relação a faltas ou afastamentos motivados por períodos de crise, consultas e exames. Isso significa, às vezes, ter de abandonar sonhos e projetos de vida”, comenta Adriana.
A vergonha da aparência também interfere na forma de se vestir. De acordo com o estudo, 63% dos pacientes adultos costumam dar preferência a roupas largas e mais compridas, que escondam a pele.
Para somar, 55% afirmam que a dermatite atópica interfere na vida social, levando a uma preferência pelo isolamento e à tendência de evitar locais que são mais propícios ao contato com outras pessoas. A vida sexual também sofre influências negativas da dermatite atópica. Metade dos entrevistados concorda que a doença interfere na vida a dois.