Cirurgião plástico com reconhecimento atestado pelo MEC/AMB/SBCP/CRM, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástic...
iSegundo dados divulgados em janeiro pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2011 foram realizadas 148.962 cirurgias de aumento de mama no Brasil. Esse é a segunda cirurgia plástica mais realizada no país - só fica atrás da lipoaspiração, que teve 211.108 procedimentos no mesmo período. Apesar da sua popularidade, a mamoplastia de aumento ainda é uma cirurgia permeada por dúvidas.
São muitas as mulheres que chegam aos consultórios de cirurgiões plásticos insatisfeitas com suas mamas, planejando colocar prótese de silicone. O que grande parte dessas mulheres teme é o período que elas terão de enfrentar após a cirurgia, no momento da recuperação.
Diferente do que muitas pessoas acreditam, se a cirurgia for realizada somente para a inclusão de próteses de mama, não há dor após o procedimento cirúrgico, independente de qual é a via de acesso para a inclusão da prótese de silicone - que pode ser pela axila, aréola ou pelo sulco abaixo da mama. A dor não tem relação com a via de acesso, a dor tem relação exclusiva com o posicionamento da prótese: acima ou embaixo do músculo.
Quando a prótese fica posicionada embaixo do músculo peitoral é comum que a paciente sinta dor, pois toda a musculatura da região é deslocada, fazendo com que fique esticada. Nesses casos, o movimento dos braços durante o pós-operatório acentua a dor, o que irá fazer com que a paciente precise fazer mais repouso e menos movimentos com os braços.
As indicações para a colocação das próteses por baixo do músculo são poucas, ocorrem apenas em situações especiais, como quando a paciente tem muito pouca cobertura de mama ou não tem quase nada de mama; ou quando a paciente tem algum problema e precise que a prótese tenha uma sustentação pela musculatura, e não pela mama e pele.
Se a paciente realizar a mamoplastia de aumento com inclusão da prótese supramuscular (acima do músculo) e ela sentir dor, significa que tem algum problema, o que precisa ser avaliado pelo médico. Em geral, a dor está relacionada ao hematoma, que causa uma distensão enorme, muito maior do que só a prótese, empurrando a parte que foi descolada da mama. O sangue infiltrando na mama também provoca dor.
Parte fundamental da recuperação pós-cirúrgica é que a paciente siga todas as orientações recomendadas pelo cirurgião plástico. A paciente precisa fazer um repouso relativo. Há também um maior cuidado com o movimento dos braços, que podem ser levantados, no máximo, até que as mãos encostem no topo da cabeça. Não fazer movimentos repetitivos, não caminhar muito, assim como não realizar esforço físico, também são indispensáveis para não comprometer a recuperação.
Na hora de dormir a paciente deve deitar de barriga para cima, principalmente na primeira semana após a cirurgia. Na segunda semana já é possível que ela durma de lado, sempre buscando uma posição confortável, já que é comum que algumas pacientes sintam incômodos nas costas por deitar sempre de barriga para cima. O uso do sutiã pós-cirúrgico também é muito importante em todo o período de recuperação, pois ele deixa a mama imobilizada, evita com que a paciente sinta o peso da prótese, portanto, a dor é menor com o uso do sutiã adequado, além dele oferecer mais segurança à paciente.
No pós-operatório a paciente faz o uso de um anti-inflamatório por cerca de quatro dias, medicamento que já possui o efeito analgésico. Se isso for insuficiente, é receitado para ela o uso de um analgésico comum, como esses normalmente utilizados para cessar dores de cabeça. O analgésico é indicado apenas se necessário, caso a paciente sinta dor mesmo tomando corretamente o anti-inflamatório. A dosagem é de, no máximo, seis em seis horas. Nos episódios em que a dor estiver necessitando de uma dose maior de medicamento, a paciente precisa ser avaliada para que o médico verifique se não há nenhum problema que esteja causando essa dor. O importante em todo o processo de recuperação de uma cirurgia plástica é o acompanhamento médico. Se houver algum desconforto ou alguma complicação, o cirurgião plástico irá trabalhar para tratá-los a fim de garantir a saúde da paciente e, consequentemente, um bom resultado cirúrgico.