Médico cirurgião plástico formado pela conceituada escola da UFRJ, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plást...
iAs próteses de silicone, comumente utilizadas para a mamoplastia, são o principal recurso utilizado pela cirurgia plástica para alterar o volume mamário, potencializando o rejuvenescimento na região. No entanto, elas exigem acompanhamento médico por tempo indeterminado.
Atualmente as próteses mamárias oferecem alta evolução tecnológica do material, sem a necessidade de substituição caso não haja qualquer tipo de intercorrência clínica ou reação do paciente. Mas a prótese de silicone deve ser trocada sempre que representar danos à saúde física ou emocional da paciente.
A troca das próteses é indicada em quais casos?
Além disso, a remoção é a indicação quando o problema não puder ser solucionado com medicamentos. Caso o paciente sinta qualquer sintoma como endurecimento da cicatriz, ruptura da prótese, enrijecimento dos seios, prótese visível, dor ou desconforto nas mamas, vermelhidão e secreção, que representam indícios de complicações na região que abriga a prótese mamária, deve procurar imediatamente o médico.
A consulta periódica com o cirurgião plástico é fundamental para um acompanhamento regular sobre as possíveis situações que podem levar a retirada ou a troca da prótese de silicone, permitindo investigar sinais de alterações tardias, evitar maiores complicações – em especial para quem teve câncer de mama – e permite identificar algum impedimento na realização do procedimento de troca de próteses.
Além do exame físico, devem ser solicitados exames clínicos de imagem, como mamografia, ecografia das mamas, e dependendo do caso, uma ressonância magnética. Como não poderia ser diferente, para todo e qualquer procedimento médico, o paciente deve estar em boas condições de saúde.
Apesar dos implantes de mama estarem cada vez mais resistentes – com uma camada externa de silicone, além do gel usado ser mais consistente, o que evita vazamentos – pode ocorrer rompimento. Depois de algum tempo, pode haver um desgaste natural da prótese de silicone, relacionado ao esforço diário e a qualidade de vida do paciente. Fatores como traumas, lesões graves, prótese de baixa qualidade ou até um exame de mamografia realizado de maneira incorreta, podem levar ao rompimento da prótese. Por isso, antes da mamografia, a paciente deve informar que tem prótese.
Principais complicações
Umas das complicações é a contratura capsular, ou seja, o endurecimento ao redor da prótese. O implante gera uma reação do organismo, tendo como consequência a formação de uma cápsula similar a uma película, ao redor da prótese, resultando em deformidades visuais ou palpáveis.
No entanto, a estimativa é promissora, pois apenas 4% das próteses podem desenvolver algum grau de contratura, levando em consideração o período de 10 anos. Apenas a contratura de grau avançado, com deformidades visíveis, requer a troca ou retirada definitiva das próteses.
Já a ruptura da prótese é provocada por microfissuras na camada externa do silicone, produzindo um processo inflamatório dos tecidos ao redor. Pode ocorrer em apenas 1% dos casos, ao longo de 10 anos.
Infecções no período posterior a cirurgia apresentam sintomas como febre, vermelhidão da mama e secreção. Mas não é motivo de preocupação, pois apenas 1% das próteses implantadas podem apresentar infecções. Em ambos os casos, a retirada e a substituição da prótese de silicone é obrigatória, caso a infecção não possa ser tratada com medicamentos. É válido ressaltar que, em casos de ruptura ou contratura, algumas empresas substituem a prótese sem custo adicional para o paciente.
Apesar das complicações poderem ser solucionadas pela medicina, o difícil de ser contornado é o desejo pessoal da paciente de retirar a prótese de silicone motivado por uma insatisfação com o corpo devido a emagrecimento, ganho de peso, gestação e até a amamentação.
O peso corporal é um fator que exerce grande influência para quem deseja retirar o implante de silicone. Mulheres magras que adotaram próteses desproporcionais ao peso, podem sofrer o chamado rippling, desconforto estético que se assemelha a uma ondulação/enrugamento da pele ou dobra na região superior do tórax.
Por isso, a escolha do tamanho adequado é crucial, com a avaliação da estrutura mamária, a fim de evitar intercorrências futuras. Atualmente, a tendência mundial são próteses mamárias de tamanho médio ou pequeno, adequado ao biótipo e estilo de vida da pessoa. Sendo assim, a troca da prótese de silicone pode ser também uma condição clínica a ser adotada, para melhor qualidade de vida e autoestima da paciente.
Seja por mudanças pessoais, funcionais ou clínicas, o cirurgião plástico é o responsável por orientar a paciente sobre a prótese proporcional a estrutura corpórea, buscando um efeito mais natural, com equilíbrio e harmonia estética.
Como é feita a cirurgia de troca ou retirada definitiva da prótese?
A retirada da prótese é feita por uma incisão ao redor da aréola, na axila ou abaixo dos seios, no sulco infra-mamário. Caso precise remover o excesso de tecido, a cicatriz pode ser maior que a adquirida com o implante, em formato de T invertido.
Após a remoção ou substituição do implante, o remodelamento dos seios pode ser feito com enxerto de gordura do paciente. A indicação é a lipoenxertia com a gordura de áreas com excesso lipoaspirada do próprio paciente, entre eles flancos ou abdome, objetivando preencher os espaços da prótese para a firmeza dos seios. Após ser devidamente tratada, a gordura é aplicada nas mamas. O método não é indicado em casos de ptose, pois pode aumentar o peso de gordura na área e acentuar o caimento dos seios.
Já a remoção da prótese de silicone de maneira definitiva é conhecida como explante mamário. No entanto, o procedimento cirúrgico pode levar a flacidez dos seios, sobretudo em implantes de próteses muito volumosas. Como o tecido cutâneo estava esticado e firme com a prótese implantada, com a retirada as mamas ficam mais caídas e flácidas.
O principal motivo para a retirada definitiva da prótese é o resgate por uma aparência mais natural e jovial e equilíbrio estético. Em alguns casos, é realizada para reduzir dores na coluna, problemas de postura, extensão de pele, que pode causar ruptura das fibras e estrias. A retirada da prótese de silicone de maneira definitiva é viável, desde que seja retirado o excesso de pele e remodele a região.
Assim como na troca da prótese de silicone, no explante mamário o remodelamento dos seios pode ser feito com enxerto de gordura do próprio paciente, através da lipoenxertia. A técnica permite atingir um efeito natural, ao preencher os espaços ocupados pela prótese, proporcionando mais firmeza dos seios e livre de qualquer reação adversa do organismo.
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