Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com residência em Ginecologia e Obstetrícia pelo H...
iCada vez mais vemos mulheres que adiam o sonho de ser mãe. Após a conquista de cargos importantes no mercado de trabalho, cursos, viagens, enfim, do aumento de sua independência, muitas delas preferem focar na carreira e nos estudos antes de darem início à maternidade. Hoje em dia é comum ver mulheres que se tornam mães pela primeira vez na faixa dos 40 anos, o que não acontecia há alguns anos.
Mesmo com importantes avanços da medicina, a gravidez tardia pode gerar alguns problemas, já que o índice de fertilidade reduz bastante após 35 anos. Além da diminuição da capacidade reprodutiva após os 35 anos, já que a quantidade e a qualidade dos óvulos diminuem, há outro fator de riso que deve ser levado em consideração, que são as alterações cromossômicas. Isso ocorre porque os folículos onde se abrigam os óvulos nascem com a mulher, envelhecendo com elas. Por isso, as divisões celulares que originam esses óvulos são mais passiveis a falhas.
Mas como forma de auxiliar as mulheres que desejam adiar a maternidade, há a possibilidade da preservação da fertilidade através da técnica de criopreservação dos óvulos.
A técnica consiste no congelamento de óvulos para uso futuro. É um procedimento seguro, que é adotado mundialmente. Ele é utilizado por mulheres no limite da idade fértil sem planos de gravidez. É importante que este processo seja realizado antes que os óvulos percam a qualidade, pois o congelamento mantém a saúde ovular de quando foi realizado o procedimento. O congelamento de óvulos também pode ser utilizado para manter a fertilidade em pacientes com câncer. Neste caso, a técnica deve ser empregada antes que a paciente se submeta à quimioterapia.
De acordo com novas regras do Conselho Federal de Medicina, é possível utilizar esses óvulos congelados até a mulher completar 50 anos. A qualidade dos óvulos é mantida por tempo indeterminado com o congelamento, e caso não seja possível engravidar naturalmente, o óvulo pode ser utilizado em uma fertilização in vitro. Caso a mulher não queira mais ter filhos e ainda tenha óvulos congelados, eles podem ser descartados ou encaminhados para a pesquisa.
A mulher que engravida após os 35 anos tem mais chances também de desenvolver algumas doenças gestacionais como a pré-eclampsia e a diabetes gestacional. Mas graças à medicina reprodutiva e a consciência de hábitos saudáveis, é possível que os riscos sejam minimizados, se ela seguir as recomendações de seu médico.
De qualquer maneira, independente da idade da mulher, é fundamental realizar o acompanhamento médico antes e durante a gravidez. E que ela tenha hábitos alimentares saudáveis. Alimentos frescos e orgânicos são importantes aliados da fertilidade. Junto com a alimentação, a ingestão do ácido fólico combinado com vitaminas D,C e E ajuda a reduzir as chances de aborto.