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Espelho, espelho meu... Que manchinha é aquela ali no meu rosto? Tudo bem, a pergunta original não é essa, mas encontrar uma marca na pele é muito mais importante do que saber quem é mais a bela. Afinal é o alarme da saúde e não da vaidade que dispara nessa hora.
Mas antes de tudo, você sabe distinguir o que é uma mancha na sua pele? "Elas são alterações da coloração normal da pele, que podem ser causadas por aumento do pigmento que dá cor à pele, a melanina, ou pela diminuição ou ausência dele", conceitua a dermatologista Tatiana Gabbi, membro das Sociedades Brasileiras de Dermatologia (SBD) e Cirurgia Dermatológica (SBCD). Elas também podem ser causadas pelo acúmulo de outras substâncias, como o sangue, de acordo com a especialista.
Existe, inclusive, uma diferença entre manchas e pintas. "As manchas são lesões em placa, que contagiam de forma contínua e, normalmente, são bem maiores do que as pintas. As manchas aparecem normalmente em áreas expostas, como dorso das mãos, rosto, ombros e colo", diferencia a dermatologista Roberta Bibas, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Mas existem diversos tipos de manchas e muitas são causadas pelo sol. A boa notícia é que essas todas podem ser tratadas! Veja como reconhecer cada uma e o tratamento mais específico para elas:
Melasma
Os melasmas são manchas de cor castanha que surgem em áreas do corpo mais expostas ao sol, como colo, braços, mas principalmente o rosto. Normalmente elas estão relacionadas a uma mistura de exposição solar com a influência do hormônio feminino, por isso estão mais associadas à gestação e ao uso de anticoncepcionais, além de algumas medicações. Quando ela aparece na gravidez, é chamada de cloasma. "Ele surge nas áreas convexas ou protuberantes da face: bochechas, testa, queixo e área do bigode", explica a dermatologista Tatiana Gabbi, membro das Sociedades Brasileiras de Dermatologia (SBD) e Cirurgia Dermatológica (SBCD).
Tratamentos: O principal aspecto para tratar esse tipo de mancha é a proteção solar diária, tanto com o filtro solar. "As manchas podem ser melhoradas, mas mesmo uma pequena reexposição solar pode levar ao retorno do melasma", considera a dermatologista Marília Ogawa, do Hospital Santa Cruz de São Paulo. Além disso, o médico pode indicar o uso de cremes clareadores e também tratamentos como peeling ou o uso de antioxidantes tópicos e orais.
Cloasmas
Essas manchas nada mais são do que os melasmas que ocorrem durante a gravidez. Normalmente, a tendência é que eles passem após a gestação, mas tomar cuidado com a exposição solar ajuda a preveni-los ou evitar que se agravem.
Tratamentos: Por ser um melasma, normalmente as técnicas empregadas são as mesmas. A única diferença é que tratamento com clareadores é mais difícil para as grávidas, já que muitas dessas substâncias não podem ser usadas nesse período. "A única recomendação que fazemos para elas é utilização de filtro solar, evitar a exposição ao sol e usar chapéus, bonés e sombrinhas", sublinha Tatiana.
Manchas senis
Conforme a idade chega, as áreas expostas ao sol, como rosto e braços também começam a apresentar as chamadas manchas senis. "São marcas escuras (melanoses solares) aliadas a manchas brancas ou mais claras que a pele normal (leucodermia solar) e manchas arroxeadas (púrpura senil)", explica a dermatologista Tatiana. Elas são resultado da ação do sol e da idade aliada ao fator genético, e a melhor forma de preveni-las é usando o protetor solar frequentemente.
Tratamentos: Normalmente o foco ocorre nas manchas escuras, usando o laser ruby. "Esse aparelho consegue tirar pigmento com muita eficiência", explica a dermatologista Roberta Bibas, da Clínica Bibas e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mas os resultados normalmente dependem da intensidade e extensão do quadro. Portanto, prevenir é o melhor remédio.
Sardas
As sardas, apesar de muitas vezes parecerem fazer parte da pessoa, são manchas decorrentes da exposição solar que normalmente aparecem na infância e adolescência, aumentando conforme a pessoa toma sol. Ela é mais comum em pessoas com fototipo claro, pois a pele não está tão adaptada à exposição solar. "Se a pele absorvesse a energia solar uniformemente, ficaria bronzeada por igual, mas, nessas pessoas, alguns lugares têm maior poder de absorção que os outros, fazendo com que essas manchas apareçam", explica a dermatologista Tatiana Gabbi. No geral, elas não são perigosas nem evoluem em si para tumores malignos, mas podem indicar que a pessoa está se expondo mais ao sol do que deveria.
Tratamentos: O primeiro aviso para quem quer fazer um tratamento para reduzir as sardas é que nenhum deles é definitivo: a exposição solar fará com elas reapareçam, já que são uma característica de como a pele se bronzeia. "Há várias combinações de tratamentos para remover essas manchas: cremes e ácidos para peeling são os mais indicados para lesões leves ou de média gravidade. Já para resultados mais significativos, é recomendado o tratamento a laser", enumera a dermatologista Roberta.
Manchas causadas por alimentos
Sabe a famosa mancha do limão em contato com o sol? O nome técnico para ela é fitofotodermatoses, e essa não é a única fruta com que você deve se preocupar: as cítricas também podem causar esse problema. "Uma das substâncias causadoras desse efeito é o fumocumarínico, que está presente também no figo e leguminosas como mostarda, nabo, aipo, coentro, salsa", descreve Marília Ogawa. Os sorvetes de frutas, principalmente os feito em casa, também contém essa substância. Caso o sumo desses alimentos entre em contato com sua pele, a melhor forma de prevenir a mancha é lavando o local e evitando sua exposição ao sol o mais rápido possível. A queimadura pode ser mais leve, tornando a região escura após alguns dias, ou ser mais grave, ficando avermelhada ou mesmo deixando bolhas.
Tratamentos: O tratamento normalmente demora um certo tempo. "Em geral usamos cremes a base de corticosteroides e esperamos a pele se recuperar, o que pode levar até meses", ensina Tatiana Gabbi.
Manchas por cicatrizes e lesões
Algumas pessoas podem ficar com a pele manchada após um machucado ou lesão na pele. "É mais comum em fototipos mais altos, ou seja: pessoas de pele mais morena. Não indica problema algum, é uma característica desse tipo de pele apenas", tranquiliza a especialista Tatiana. Normalmente é difícil evita-las, mas o ideal para quem tem essa tendência é não expor tanto a área ao sol.
Tratamentos: No geral, essas manchas costumam desaparecer com o tempo, mas é possível seguir alguns tratamentos para acelerar o processo. "Os melhores tratamentos são feitos com peelings, clareadores e fotoproteção efetiva", enumera a dermatologista.
Mancha por atrito
A fricção da pele com a pele ou mesmo com tecidos, cera, lâminas para depilação ou de barbear, entre outros, podem resultar em manchas, principalmente em áreas como axilas, virilha, pernas e cotovelos.
Tratamentos: A melhor forma de melhorar o aspecto da pele é entender o que está causando o atrito e acabar com a fonte. Se o motivo for a depilação, a técnica a laser é indicada para evitar esse tipo de dano. Já no caso da virilha, o motivo pode ser muito bem o uso de calças jeans mais justas, que pode ser reduzido. "O tratamento tópico e a hidratação, além de evitar a exposição solar são as armas que temos para melhorar esses quadros", considera Tatiana Gabbi.