Médico, nutrólogo e presidente da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;...
Anualmente 344 mil pessoas morrem de doenças cardiovasculares no Brasil, que representam mais de 30% das mortes registradas. Segundo estudos realizados pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, a frequência do problema coloca o País entre os 10 com maior índice de mortes por essa doença. A má alimentação está entre os principais motivos que potencializam esses números.
O açúcar é um dos alimentos que influenciam esse resultado. Ele está intimamente relacionado à insulina, um hormônio que, quando liberado na corrente sanguínea de forma não fisiológica, ou seja, através de incursões, é um preceptor para o desenvolvimento das doenças no coração. A ingestão de açúcar refinado, portanto, pode desencadear incursões glicêmicas que, por sua vez, favorecem a incursões insulínicas e tem efeitos deletérios para o sistema cardiovascular.
Os alimentos processados são outro exemplo que podem proporcionar o aumento desses números. Esses podem favorecer as doenças cardiovasculares por demasia de sódio, que leva à hipertensão arterial sistêmica, por excesso de gordura saturada, interferindo nos níveis de colesterol e também devido à algumas substancias químicas nocivas ao nosso organismo.
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Os ácidos graxos saturados, presentes nas gorduras saturadas, podem também favorecer a aparição de doenças cardiovasculares. Quando em excesso, o aumento do ruim e a diminuição do bom colesterol pode desenvolver a formação de placas ateromatosas. Apesar de trazer alguns malefícios quando consumida em excesso, a gordura saturada também deve fazer parte de nossa dieta, pois o organismo humano, ao longo de seu processo evolutivo, se adequou e se adaptou as necessidades de sua presença.
É importante ressaltar que só e somente o excesso do consumo desses alimentos é que pode eventualmente favorecer o desenvolvimento dessas doenças cardiovasculares. Todo ser humano precisa dos três macronutrientes na sua dieta cotidiana, ou seja, carboidratos (55% a 65%), proteínas (12% a 25%) e gorduras (até 30%). Uma dieta equilibrada em proteínas, carboidratos e gorduras, reduz o risco de apresentarmos doenças cardiovasculares e também, praticamente, todas as doenças crônico-degenerativas.