Especialista em medicina do sono no Instituto do Sono, realizou o curso de cirurgias para apneia do sono no complexo Flo...
iEm quantidades moderadas, o álcool tem poucas repercussões, mas em excesso e por vários dias na semana pode causar muitos prejuízos. Quando combinado com o cigarro, é o principal fator de risco para câncer de boca e de garganta (faringe). Na garganta, o álcool causa uma irritação local e ressecamento, favorecendo infecções.
Dessa forma, períodos em que o consumo excessivo e prolongado de álcool é comum, como carnaval, festas de fim ano ou mesmo a Copa do Mundo, os cuidados com as infecções de garganta e boca devem ser redobrados.
As infecções, virais e bacterianas, ocorrem por transmissão de uma pessoa a outra por secreção nasal, como nos espirros, e secreção durante a tosse. Depois do contágio, a doença começa a se manifestar após algumas horas a dias. A infecção será mais grave se a pessoa tiver uma queda na imunidade, o que pode acontecer com má alimentação e excesso de bebidas.
Combinação perigosa
O abuso da voz leva a um esforço das cordas vocais, que ficam inflamadas e inchadas, o que deixa a voz rouca. O consumo de álcool piora essa inflamação, além de favorecer infecções e situações como o refluxo gastroesofágico. O refluxo é o retorno do conteúdo do estômago, o suco gástrico, ao esôfago, podendo chegar até a laringe (nível das cordas vocais). O álcool favorece muito o refluxo por relaxar a musculatura do esfíncter do esôfago, que deveria permanecer fechado a maior parte do tempo. Em geral, são pessoas predispostas ao refluxo que, quando ingerem álcool, tem uma piora acentuada dos sintomas. Estes sintomas podem ser dores de garganta, rouquidão e pigarro.
Dessa forma, moderação é a regra. As comemorações podem incluir bebida alcoólica, mas sempre lembrando que o excesso pode causar prejuízos importantes.
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