Até maio de 2013 quando foi lançada a quinta edição do manual de diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5) a síndrome de Asperger era entendida como uma condição relacionada, mas distinta do autismo. É importante ressaltar que os diagnósticos em psiquiatria em grande parte seguem as recomendações do DSM e não deve ser diferente com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que é um novo distúrbio que substitui tanto o antigo Autismo quanto a síndrome de Asperger. Podemos entender que a síndrome de Asperger passou a ser considerada uma forma branda de autismo.
Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, essa mudança é benéfica e necessária, já que todas as pessoas com transtornos do espectro autista exibem alguns dos comportamentos típicos, é melhor redefinir o diagnóstico por gravidade do que ter um rótulo completamente separado. Assim os transtornos antes "separados", seriam na verdade um "continuum" dentro do Transtorno do Espectro do Autismo o que é mais apropriado para a compreensão e a orientação terapêutica.
Uma das dúvidas que ainda permeia essa mudança é a conduta frente aos pacientes já diagnosticados pelo os critérios anteriores, ou seja, se as pessoas anteriormente diagnosticadas com Síndrome de Asperger devem ser reclassificadas ou se o diagnóstico será mantido. Isso é mais inquietante para os pacientes com Síndrome de Asperger que são representados em por diversos meios na sociedade utilizando essa denominação.
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Houve também mudança nos critérios para o diagnóstico: antes dessa revisão o diagnóstico era baseado em três grupos de sintomas (déficits de interação social, de comunicação/linguagem e padrões repetitivos de comportamento/esteriotipias). No DSM-5, os sintomas de interação social e comunicação social foram agrupados em um só. Agora há dois grupos de sintomas para o diagnóstico, baseado na presença dos critérios abaixo:
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- Déficits de comunicação/interação social: déficit na reciprocidade das interações, déficits nos comportamentos não-verbais, dificuldade de desenvolver/manter relacionamentos
- Presença de um padrão repetitivo e restritivo de atividades, interesses e comportamentos: estereotipias (ecolalia, p.ex.), insistência no mesmo, adesão estrita a rotinas, interesses restritos/incomuns, hiper/hipo reatividade a estímulos sensoriais.
Outra mudança se refere ao atraso de linguagem, que era um item importante para o diagnóstico do autismo e para exclusão do Transtorno de Asperger. Uma explicação para essa mudança é que os atrasos de linguagem ocorrem por muitas razões e não apenas no Transtorno do Espectro do Autismo.
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Mesmo diante de novo panorama, a avaliação dos pacientes e familiares continua a ser uma avaliação completa, composta da avaliação neurológica, psiquiátrica, audiológica, visual e com aplicação de escalas para avaliação comportamental, cognitiva e mesmo da linguagem.
Por último, o tratamento também continua a ser baseado na reabilitação global com intervenções de vários profissionais e inclusão em programa pedagógico de educação especial.