O Dr. Roberto Dischinger Miranda possui título de especialista em cardiologia e geriatria. Obteve o título de Doutor em...
iNos dias de hoje, é natural, termos ou conhecermos alguém que tenha um idoso em casa e com a necessidade de um cuidador seja ele um familiar ou uma pessoa contratada para esta finalidade.
No entanto, só o fato de ser idoso justifica a necessidade de um cuidador? Não! É necessário observarmos outros aspectos relacionados a segurança e bem estar desse idoso. O ideal é a família estar próxima para identificar a real necessidade de ajuda, como, por exemplo:
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É capaz de realizar sozinho as atividades de autocuidado (banho, vestir, ir ao banheiro) sem riscos?
- Ao andar pela casa há risco de falta de equilíbrio ou quedas?
- A memória esta preservada para que ele monitore os próprios remédios? Apresenta muitas falhas de adesão ao tratamento?
- Consegue manter a rotina da casa?
- Alimentação está adequada? Existem alimentos vencidos em casa?
Existem hoje dois tipos de cuidadores:
- Cuidador familiar, parente do idoso que cuida do familiar sem remuneração
- - Cuidador formal, pessoa contratada para o cuidado mediante a remuneração.
Como escolher um bom cuidador
Com o aumento exponencial do número de idosos, houve uma grande demanda por cuidadores nos últimos anos, sendo comum observamos nas residências de idosos a presença de pessoas sem qualquer tipo de formação para o cuidado. O envelhecimento é acompanhado de alterações físicas, psicológicas e sociais que precisam de uma atenção especial e conhecimento prévio para evitar repercussões negativas no idoso. Um exemplo é o cuidador que infantiliza o idoso, o que habitualmente é muito mal recebido.
Atualmente, existem vários cursos de capacitação para formação de cuidadores que visam a melhoria do cuidado prestado. É fundamental o aprendizado de técnicas para a manutenção e estimulação de autonomia e independência do idoso. Desta forma, o cuidador deve tentar ao máximo apenas supervisionar e/ou auxiliar estritamente dentro necessário, somente nas atividades em que de fato o idoso necessite de ajuda. Não se deve tentar ajudar ou até "acelerar" todas as atividades do dia a dia, o que acabará tornando o idoso mais dependente.
Vale ressaltar que para ser cuidador não é necessário ser um profissional da área da saúde, e sim ser capacitado para este tipo de trabalho.
O envelhecimento não ocorre de forma igual para todos e cada indivíduo tem necessidades muito específicas. O médico e os profissionais de saúde que atendem o idoso devem orientar as atividades para as quais o cuidador seria fundamental, assim como treiná-los quantos as especificidades daquele indivíduo. As necessidades individuais e a estrutura de suporte social disponível é que vai definir quem será o cuidador: familiar, cuidador contratado ou um profissional de saúde.
Em alguns casos, as Instituições de Longa Permanência (Casa de Repouso) também podem ser uma opção. Elas oferecem cuidado integral e amparo médico de urgência. Neste caso, é fundamental conversar com o idoso sobre esta possibilidade. Quando há mudança de ambiente, ambas as partes tem que estar de acordo com a modificação para que seja benéfica.
Este artigo foi escrito com a colaboração de Juliana Morales (CREFITO 10.166), terapeuta ocupacional do Instituto Longevità e especialista em gerontologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).