Doutor em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, tem título de especialista e...
iO marcapasso cardíaco foi criado como um substituto para a parte elétrica do coração que o faz bater. Para entender melhor, o coração deve bater em uma sequencia certa. Os átrios funcionam como uma antessala (daí o nome) que recebe o sangue. Quando ele esta cheio a porta da antessala abre (as válvulas mitral e tricúspide), deixando o sangue entrar no ventrículo, de onde será empurrado para o restante do corpo. Um aviso elétrico faz o ventrículo contrair e imediatamente antes disso a porta/válvula fecha atrás do sangue para que ele não volte para o átrio. Para reger essa orquestra existe um impulso elétrico. Ele percorre todo o átrio avisando que o músculo precisa contrair e depois todo o ventrículo avisando que ele também tem que contrair.
Pessoas que têm bloqueios nesse aviso fazem com que os ?porteiros? fiquem distraídos, e só abram a porta quando lembram. Assim, o coração só bate às vezes, tem falhas e até não bate mais. E como a memória dos outros porteiros não é confiável, isso varia de pessoa para pessoa.
Pessoas com frequência cardíaca menor que 40bpm (batimentos por minuto) durante o dia ou com pausas (momentos sem o coração bater) maiores que 3 segundos durante o dia, bloqueios cardíacos (parciais apresentando desmaios ou totais independente de sintomas), pessoas que tem bradicardia ou tonturas com remédios essenciais à sua vida são candidatos a implante de marcapasso definitivo.
Saiba mais: Diabetes: quais os cuidados em procedimentos cirúrgicos?
O implante de marcapasso é feito em centro cirúrgico ou hemodinâmica, dura cerca de duas horas, e a pessoa costuma ter alta no dia seguinte. Pode ser colocado logo abaixo da pele, no peito, debaixo do musculo peitoral, no abdômen ou até na axila (o paciente deve sempre discutir com seu médico opções que o deixem mais confortável para suas atividades, bem como estética e preferência).
Os eletrodos são colocados no coração e uma "bolsa" (loja) é feita para guardar o gerador de impulsos do marcapasso. A bateria desse gerador dura em média oito anos. E a cada três a seis meses o portador deve comparecer em seu médico para avaliar a vida útil do aparelho e se os cabos/eletrodos que vão ate o coração estão funcionando bem. Assim é possível prever o momento da troca com segurança.
Além disso, durante as consultas de rotina podem ser realizados ajustes de acordo com o uso do paciente e as capacidades de cada marcapasso. A maioria dos marcapassos apresenta funções inteligentes, que podem ser acionadas para prover maior conforto ao portador. Isso pode ser programado e ajustado de acordo com a necessidade diária.
Saiba mais: Alerta no coração
Dessa forma, é importante acompanhar as arritmias cardíacas quando presentes e, caso você seja indicado a um marcapasso, certifique-se de fazer a manutenção adequadamente, visitando o médico ou médica em intervalos regulares. Lembre-se também de conversar sobre as atividades que podem ser realizadas com o marcapasso, como exercícios físicos, e o que deve ser evitado em cada caso.