Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (2004). Concluiu no ano de 2008 a Residência em Clínica...
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O diabetes tipo 2 é uma doença crônica bastante comum. Segundo o Atlas do Diabetes da International Diabetes Federation, de 2019, o Brasil tem 14 milhões de pessoas com a doença, que pode levar a complicações sérias de saúde, como infecções, problemas de visão e de circulação sanguínea. Diante disso, é natural se perguntar: diabetes tipo 2 tem cura?
A resposta para essa dúvida é não, o diabetes tipo 2 não tem cura. A doença é caracterizada pelos níveis altos de glicemia, causados, principalmente, pela resistência à insulina, hormônio que regula a entrada do açúcar no sangue. Uma vez diagnosticada, a condição não pode ser curada e, sim, apenas controlada.
“O que pode acontecer é que a pessoa passe a apresentar, durante ou depois de um tratamento, níveis controlados de açúcar no seu sangue, que podem até serem níveis normais”, explica a endocrinologista Andressa Heimbecher, colunista do MinhaVida.
“Uma vez diagnosticada com diabetes tipo 2, a pessoa terá sempre a doença, ainda que bem controlada, pois os cuidados e o monitoramento regulares ainda devem ser adotados”, completa.
Por outro lado, a cura é uma possibilidade quando a pessoa é diagnosticada ainda em fase de pré-diabetes. A condição antecede o diabetes tipo 2 e acontece quando a glicemia está alta, mas ainda não atingiu o patamar que caracteriza a doença. Nesse caso, mudanças no estilo de vida, na alimentação e, quando necessário, o uso de medicamentos podem reverter o quadro.
Como funciona o tratamento para diabetes?
O tratamento para diabetes tipo 2 tem o objetivo de baixar os níveis de glicose do paciente e evitar as complicações de saúde possíveis. Como a doença tem relação com hábitos de vida pouco saudáveis, um dos primeiros passos - e mais importantes - é iniciar uma dieta específica e introduzir atividades físicas regulares na rotina.
A dieta para diabetes tipo 2 visa restringir alimentos ricos em açúcares e carboidratos simples, como massas e pães, pois possuem índice glicêmico alto - ou seja, o açúcar é metabolizado de maneira mais rápida, causando pico de glicemia. Para o tratamento da doença, a prioridade deve ser alimentos integrais, ricos em fibras, e proteínas também.
Além disso, os remédios para diabetes podem ser opções de tratamento. Eles ajudam a controlar a glicemia, oferecendo maior qualidade de vida para o paciente. É o caso, por exemplo, do Ozempic, Glifage, Metformina, Gliclazida, entre outros.
Saiba qual é o remédio mais moderno para diabetes tipo 2
Transplante de pâncreas pode curar o diabetes tipo 2?
Algumas técnicas mais modernas, como o transplante de pâncreas - um procedimento mais comum no tratamento de diabetes tipo 1, mas possível no tipo 2 também - podem ajudar no controle da doença, mas não levam à cura. O mesmo vale para transplante das ilhotas pancreáticas, estruturas que produzem insulina.
“Mesmo assim, neste caso, com a total normalização dos níveis de glicose no sangue, o acompanhamento nos anos seguintes com exames importantes para o diabetes deverá ser feito”, ressalta Andressa.
Quando o diabetes tipo 2 está controlado?
Se a doença não tem cura, como, então, saber que está controlada? Isso acontece quando as taxas de açúcar no sangue estão normais e os sintomas de diabetes tipo 2 já não se manifestam mais. Porém, esse quadro é chamado de remissão e não de cura.
“Muitas vezes, se fala em cura quando a pessoa desenvolve diabetes tipo 2 devido ao aumento de peso. Quando ela emagrece, os níveis de açúcar se normalizam e isso pode ser visto como cura”, explica Andressa. “É importante entendermos que o que acontece, na verdade, é um bom controle da doença, mas caso a pessoa volte a ganhar peso, muito provavelmente a doença voltará a dar sinais nos exames de sangue”, esclarece.
O mesmo vale para pacientes que realizam cirurgia bariátrica. Com a perda de peso, a glicemia tende a voltar ao normal, porém o acompanhamento do diabetes tipo 2 deve continuar sendo feito, com a realização de exames de rotina anuais.
“É o caso do fundo de olho para avaliar a retina, a microalbuminúria para avaliar o rim e o controle da pressão arterial e colesterol”, acrescenta a especialista. Além, é claro, dos exames que avaliam a glicemia, como a glicemia de jejum, curva glicêmica e hemoglobina glicada.