Gastroenterologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com especialização pelo Hospital Federal de Lagoa...
iGastrite significa inflamação do estômago, mas é um termo usado para descrever outras alterações da mucosa gástrica, como erosões e atrofia. Em geral, o que define uma doença como aguda ou crônica é o tempo desde o início dos sintomas, sem necessariamente ter uma correlação com a possibilidade de cura. No caso da gastrite, a definição de aguda ou crônica é ditada pelo tipo de infiltrado inflamatório presente no estômago. Se o predomínio for de células polimorfonucleares, tem-se a gastrite aguda. Já na situação em que o tipo celular predominante for os linfócitos e plasmócitos, tem-se uma gastrite crônica. Dentro da gastrite crônica, fica definida gastrite com atividade leve, moderada ou acentuada com base no número de polimorfonucleares presentes no infiltrado inflamatório. Quanto maior o número de polimorfonucleares, maior é grau de atividade da doença.
A gastrite é causada principalmente pela bactéria Helicobacter pylori, por medicamentos (especialmente anti-inflamatórios), álcool, drogas, outros agentes infecciosos, radiação, estresse metabólico (queimaduras e cirurgias de grande porte, por exemplo), alergias, doenças autoimunes, entre outras.
A possibilidade de curar uma gastrite está ligada essencialmente a encontrar a causa da gastrite e tratá-la. Podemos utilizar antibióticos para erradicar o Helicobacter pylori e outros agentes infecciosos como, por exemplo, citomegalovírus, treponema pallidum, cândida, herpes, microbactérias e parasitos. Suspender medicamentos que estejam levando à gastrite, como anti-inflamatórios ou antibióticos. Suspender o uso de álcool e outras drogas. Utilizar medicamentos específicos para certas enfermidades, como doenças autoimunes. Reverter a causa de estresse metabólico. Além disso, de maneira geral são usados medicamentos para reduzir a acidez estomacal (inibidores de bomba de prótons, antiácidos) ou para proteger a mucosa gástrica.
Em alguns casos se fazem necessários novos exames complementares para documentar a cura da gastrite ou a erradicação do agente etiológico.
Uma situação à parte é a existência de atrofia ou metaplasia intestinal no estômago, já que a regressão completa da doença não ocorre em todos os pacientes. Nestas situações em que a cura não é obtida, deve ser mantido um acompanhamento com controle periódico do indivíduo.
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A melhor estratégia para prevenir um novo quadro de gastrite é através de hábitos de higiene, como lavar as mãos frequentemente, alimentação saudável com alimentos preparados de forma adequada e evitando jejum prolongado, cafeína e álcool. Além disso, usar anti-inflamatórios e outros medicamentos apenas quando prescrito por médico, informando prontamente ao prescritor a ocorrência de quaisquer efeitos adversos, como dor abdominal, entre outros sintomas.