O Dr. Roberto Dischinger Miranda possui título de especialista em cardiologia e geriatria. Obteve o título de Doutor em...
iVivemos em uma sociedade que valoriza bastante a prática de exercícios físicos regulares, a alimentação saudável, a qualidade de vida, a autonomia e a independência dos indivíduos da terceira idade. Mas será que sabemos realmente o que significam esses conceitos?
Até pouco tempo atrás, a população idosa queria mesmo era - após a aposentadoria - descansar de seus tantos afazeres, curtir a família e viver o tempo que ainda lhe restava. Contudo, em pouco tempo a medicina avançou bruscamente, a geriatria ganhou destaque e começou a pesquisar cuidadosamente essa população. Com isso, toda a sociedade se beneficiou com uma expectativa de vida maior e com mais qualidade. O "velho" tornou-se "idoso" e teve seus direitos regulamentados através do seu estatuto.
Assim, "viver o tempo que ainda lhe resta" não é mais uma opção atraente nos dias de hoje. Um leque de possibilidades surgiu para aqueles que envelhecem sem perder a alegria, os sonhos e a graça da vida. Mas o que todos reconhecem ser importante nesta etapa é preservar a condição intelectual e a condição física do indivíduo idoso.
Não podemos negar as alterações fisiológicas que ocorrem com a idade, como a perda muscular, a perda óssea, o aumento de instabilidades posturais, o desgaste das articulações e a diminuição das acuidades auditiva e visual.
Mas também sabemos que o acompanhamento médico regular, a prática de atividade física monitorada por quem entende do assunto, a boa alimentação e a preservação do seu intelecto são atitudes positivas que encontram grandes resultados na terceira idade.
Será que podemos nos beneficiar dessas atitudes quando as iniciamos após os 60 anos ou somente aqueles que sempre estiveram atentos à sua saúde poderão ter bons resultados? O dia-a-dia da clínica e os estudos científicos nos indicam que a prática do exercício físico traz inúmeros benefícios à população idosa mesmo quando iniciada após os 60 anos.
De forma preventiva ou terapêutica, os exercícios trazem manutenção, aumento ou melhora do equilíbrio postural, das massas muscular e óssea, da força, do alongamento e sensibilidade. Também traz diminuição das dores articular, postural e por desuso.
Além disso, há uma grande vantagem no processo de socialização do idoso, com benefícios emocionais oriundos do exercício físico regular. Com isso ocorre a preservação de sua independência ou, quando iniciado mais tardiamente, a promoção de uma melhora em seu grau de dependência.
Sabe-se que todos os indivíduos devem consultar seu médico e fisioterapeuta antes de iniciar exercícios físicos. No caso dos idosos, isso se torna imprescindível. Esta avaliação médica e fisioterápica estabelece os objetivos e contraindicações específicas para cada indivíduo. Diferentes formas de atividades físicas poderão ser propostas, de acordo com o resultado da avaliação, o interesse do idoso e os objetivos a serem alcançados.
Saiba mais: Atividade física beneficia a terceira idade
Sendo assim, exercícios de resistência muscular como a musculação, exercícios de condicionamento físico como a caminhada e bicicleta, exercícios de menor impacto como a hidroginástica ou hidroterapia e mesmo a fisioterapia poderão ser muito bem utilizados na terceira idade.
Por isso, escolha o calçado e roupas mais adequados e comece o quanto antes a beneficiar-se da atividade física: mexa-se!