
Redatora de conteúdos sobre beleza, família e bem-estar.

Embora possa parecer raro, a realidade é que a epilepsia atinge uma parte significativa da população mundial — aproximadamente 50 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E esse dado serve de alerta para algo que talvez você ainda não tenha pensado sobre: existe uma alta probabilidade de você precisar lidar com alguém que convive com essa condição em algum momento da sua vida.²
Por este motivo, é importante aprender primeiro como e por que essa doença acontece para entender como ajudar uma pessoa com epilepsia da melhor forma, seja com apoio, disseminando a informação certa ou até mesmo com um auxílio de forma prática durante uma crise epiléptica.²
O que é epilepsia e como ela acontece?
Diferentemente do que algumas pessoas ainda acreditam, a epilepsia não é caracterizada como um distúrbio mental (psicológico ou psiquiátrico). Trata-se, na verdade, de uma doença neurológica, ou seja, é uma condição que afeta o cérebro de forma física, sem relação alguma com questões emocionais.3
A epilepsia provoca uma alteração temporária e reversível no funcionamento do cérebro, que ocorre quando, por alguns minutos ou segundos, sinais, descargas e impulsos elétricos são emitidos incorretamente pelos neurônios. E pode atingir pessoas de todas as idades, da infância à terceira idade.4
Os sintomas da epilepsia
As crises são as manifestações da epilepsia em um paciente e podem desencadear sensações, emoções e comportamentos inusitados, como5:
- Tremores
- Salivação intensa
- Fala incompreensível
- Contração muscular
- Mordedura da língua
- Respiração ofegante
- Estado de alerta
- Olhar fixo e vago
- Incontinência urinária
- Movimentos descontrolados e involuntários
- Perda da consciência
Como ajudar alguém com epilepsia?
Há tempos se tem a ideia de que durante uma crise epiléptica, a primeira atitude a ser tomada é segurar a língua da pessoa, mas isso não passa de um mito. Isso porque a língua não enrola durante a crise convulsiva. Na verdade, além de não ajudar a pessoa que está em crise, este ato pode causar lesões àquela que está tentando ajudar.1
O ideal, conforme artigo do Ministério da Saúde2, é seguir os seguintes passos:
- Mantenha a calma;
- Evite que a pessoa caia bruscamente no chão;
- Tente colocar a pessoa de barriga para cima, com a cabeça protegida com algo macio;
- Nunca segure a pessoa, nem impeça seus movimentos;
- Retire objetos próximos que possam machucar;
- Mantenha a pessoa deitada de barriga para cima, mas com a cabeça voltada para o lado, evitando que ela se sufoque com a própria saliva (pois, nestes casos, a língua pode relaxar);
- Afrouxe as roupas, se necessário;
- Se for possível, levante o queixo para facilitar a passagem de ar;
- Não tente introduzir objetos na boca do paciente durante as crises convulsivas;
- Não jogue água sobre ela nem ofereça nada para ela cheirar;
- Permaneça ao lado da pessoa até que ela recupere a consciência;
- Se a crise epiléptica durar mais que 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica.
A epilepsia pode afetar o emocional?
Pode! Ainda que a epilepsia não seja uma condição relacionada ao estado psicológico ou psiquiátrico, e sim uma doença que afeta o cérebro de forma física, ela costuma ter impacto significativo no emocional de alguns pacientes.6
Devido ao preconceito e às atitudes negativas, as pessoas que convivem com a epilepsia tendem a enfrentar problemas psico-sociais, como medo, vergonha, isolamento social, dificuldades nos relacionamentos sociais, restrição de atividades, entre outros.6
O auxílio prático durante uma crise epiléptica é, sem sombra de dúvidas, primordial para a saúde e segurança do paciente que convive com a epilepsia. Mas, fora isso, existem também outros meios de ajudar alguém nesta situação, com apoio emocional e a desmistificação desta condição neurológica.6
Referências
1 - COMO AJUDAR alguém durante uma crise epiléptica. DRAUZIO, [S. l.], p. 1-1, 15 set. 2021. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/neurologia/como-ajudar-alguem-durante-uma-crise-epiletica/>. Acesso em: 25 mar. 2025.
2 - EPILEPSIA: conheça a doença e os tratamentos disponíveis no SUS: De acordo com a OMS, cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm a doença. Ministério da Saúde, [S. l.], ano 2022, p. 1-1, 3 nov. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/marco/epilepsia-conheca-a-doenca-e-os-tratamentos-disponiveis-no-sus. Acesso em: 18 mar. 2025.
3 - EPILEPSIA. INF - Instituto Neurologia Funcional, [S. l.], p. 1-1. Disponível em: http://www.neurologia.srv.br/epilepsia. Acesso em: 25 mar. 2025.
4 - “MOSTRE seu apoio vestindo roxo!” 26/3 – Dia Mundial de Conscientização Sobre a Epilepsia. Biblioteca Virtual em Saúde - Ministério da Saúde, [S. l.], p. 1-1. Disponível em:<https://bvsms.saude.gov.br/mostre-seu-apoio-vestindo-roxo-26-3-dia-mundial-de-conscientizacao-sobre-a-epilepsia/>. Acesso em: 25 mar. 2025.
5 - EPILEPSIA: principais sinais e cuidados após o diagnóstico. Vida saudável, o blog do Einstein, [S. l.], p. 1-1, 27 jan. 2025. Disponível em: <https://vidasaudavel.einstein.br/epilepsia/>. Acesso em: 25 mar. 2025.
6 - FERNANDES, Paula Teixeira. Percepção de estigma na epilepsia. Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology. vol. 12. nº 4. Porto Alegre: 2006. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492006000700005>. Acesso em: 18 mar. 2025.