Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco e com especialização em Ginecologia pelo Depar...
iTodo sangramento vaginal durante a gravidez é uma ameaça que traz preocupações e requer uma investigação criteriosa para identificar suas causas e orientar o eventual tratamento. As hemorragias na gestação ocorrem em cerca de 10-15% das mulheres e podem ser classificadas em 2 grupos:
Sangramento na primeira metade da gravidez
Em torno de 1/4 das mulheres apresentam sangramento no primeiro trimestre, podendo ocorrer uma leve perda sanguínea, com ou sem cólicas e que pode cessar espontaneamente, embora sempre com um risco maior de abortamento subsequente. Um sangramento na primeira metade da gravidez pode ser um sinal de:
- Abortamento precoce até 13 semanas e tardio quando a morte do ovo ocorre entre a 13ª e 20ª semanas
- Gravidez ectópica, quando o ovo se implanta fora da cavidade uterina, por exemplo, numa trompa (Gravidez tubária)
Sangramento na segunda metade da gravidez
Comumente chamados de sangramentos vaginais do terceiro trimestre, as causas mais frequentes são:
- Placenta prévia: ocorre quando sua implantação está no segmento inferior uterino, nas proximidades ou recobrindo total ou parcialmente o orifício interno do colo uterino e assim permanecendo mesmo após a 22ª semana de gestação
- Descolamento prematuro de placenta: é definido como a separação da placenta da parede uterina, antes do parto, em gestações após a 22ª semana
- Rotura uterina: é uma condição na qual as fibras da parede uterina se rompem, de forma completa ou incompleta, durante o trabalho de parto, mesmo que este seja um parto prematuro, quando ocorre excessiva contratilidade uterina e/ou quando da existência de cicatrizes uterinas de cesáreas anteriores
Quando buscar ajuda médica para sangramento na gravidez?
De um modo geral, todos os sangramentos genitais durante a gestação requerem muita atenção e exigem a busca precisa de suas eventuais causas. Para tanto, a grávida deve ser submetida à exaustiva investigação do histórico clínico, ginecológico e obstétrico complementado pelo exame médico atento e dos testes laboratoriais e de imagem pertinentes, principalmente, a ultrassonografia.
Há uma expressão muito significativa e essencial para a definição de uma conduta médica: "A clínica é soberana", ou seja, o médico deve estar atento às queixas e a todos os sinais e sintomas apresentados pela paciente, para que possa rotular a condição como urgente e qual a sua gravidade.
Dados importantes são estado geral, condições hemodinâmicas maternas, presença e intensidade de dores, contrações, sangramentos, anormalidades nos batimentos cardiofetais e a identificação de alterações laboratoriais e de imagem significativas, que aferem o grau de comprometimento e o prognóstico da evolução do binômio feto-materno.
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É indispensável contatar o serviço médico ou o profissional responsável e ser submetida à pronta avaliação médica do caso. Nunca ser negligente e "deixar para depois". A precocidade no diagnóstico e a adequada conduta em tempo hábil são fundamentais para minimizar as possíveis consequências.