Entenda a reversão das operações bariátricas

A reversão das cirurgias bariátricas é uma situação muito rara, já que as ações fisiológicas para o emagrecimento e melhora das doenças associadas deixam de funcionar quando a anatomia do tubo digestivo retorna ao normal. 

Não existe indicação clara e regulamentada para a reversão. Há algumas descrições em literatura médica de poucas reversões por causas diversas como hipoglicemia refratária a medidas clínicas e até mesmo emagrecimento extremo, porém a somatória do número de casos que foram revertidos e relatados em literatura cabem nos dedos das mãos. 

O bypass em Y de Roux, onde se reduz o estômago e desvia-se a comida da porção inicial do intestino é a operação mais frequentemente realizada no Brasil e no mundo e é reversível, porém é tecnicamente desafiadora. 

Já a gastrectomia vertical não é reversível, já que é retirado um pedaço do estomago, sendo uma desvantagem do procedimento, além da menor eficácia a longo prazo desta técnica operatória. 

Nos casos raros de indicação de reversão das operações, como são em número reduzido, não há qualquer diretriz da melhor maneira de fazê-lo. As poucas descrições de artigos médicos relatam reoperações tanto por via aberta ou por laparoscopia.  

Muito cuidado deve ser tomado com a decisão de reverter as cirurgias, já que como referido acima, todas as ações das operações terminam. Também a anatomia das cirurgias deve ser analisada através de exames de imagem e balancear as vantagens e as desvantagens destes procedimentos. 

Algumas revistas não médicas abordaram a questão de reversão das operações em determinadas situações como para o tratamento da síndrome da imunodeficiência adquirida do adulto (AIDS). Isso não é indicação de reversão. Alguns trabalhos médicos demonstraram claramente as vantagens das operações bariátricas nos portadores de AIDS quando esses pacientes tenham indicação e não houve modificação da absorção ou ação das drogas anti virais. 

Reverter uma operação bariátrica, principalmente o bypass gástrico é muito raro. O grande cuidado reside na indicação de reversão e a técnica cirúrgica é desafiadora.