Doutor em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, tem título de especialista e...
iSíndrome vasovagal e desmaios
A síndrome vasovagal é conhecida por sintomas como suor frio, mal estar, visão turva e palidez que precedem a perda de consciência. Isso acontece porque parte do sangue do corpo fica nas pernas quando estamos em pé, então o cérebro entende que estamos desidratados ou sangrando e ocorre um reflexo que diminui a pressão. Quando o corpo toca o chão, o sangue que estava nas pernas volta a circular e assim a pessoa acorda. Apesar do susto, esse tipo de desmaio raramente causa danos físicos ao paciente.
Desmaio é o momento em que uma pessoa perde a consciência. Existem muitas causas para desmaios, sendo que os efeitos vão desde o estresse emocional causado pela situação até morte súbita. Síncope é um tipo especial de desmaio, na verdade é o tipo mais comum, onde a pessoa acorda rápido - geralmente em alguns segundos podendo durar poucos minutos.
O tratamento para quem sofre com esse tipo de desmaio, ocasionado pela síndrome vasovagal, com frequência costuma ser orientação a tomar mais líquidos e fazer alguns tipos de exercício. Raramente são indicadas medicações para estes casos.
A síndrome vasovagal geralmente não acontece durante o esforço físico, que de forma usual é um indicativo de arritmia cardíaca. O desmaio ou tontura podem acontecer logo após o esforço imediato. Ou seja, a pessoa pode apresentar os sintomas logo após ter feito atividades físicas, como correr.
Saiba mais: O que é a síndrome vasovagal?
Quem tem síndrome vasovagal pode praticar atividades radicais?
Para pessoas que têm sinais e sintomas de síndrome vasovagal e estão em situações de risco, por exemplo, durante rapel ou escalada, é recomendado hidratação vigorosa e se abster deste tipo de atividade até estabilização do quadro.
Não existe recomendação específica para montanha-russa ou brinquedos afins. Claro, é possível que aconteça o desmaio, mas pela curta duração do trajeto e pela segurança da fixação da pessoa no carrinho, no máximo ela terá algum grau de mal estar no fim da brincadeira.
Posso dirigir?
Dirigir veículos também não é uma restrição. Em estudos com portadores da síncope vasovagal não houve uma probabilidade maior de acidentes ao longo de oito anos de acompanhamento quando comparados a pessoas sem a síncope. Em portadores de desfibriladores, no entanto, sugere-se que se abstenham de dirigir por até seis meses após o ultimo choque.
Um dado interessante é que portadores da síndrome vasovagal se beneficiam de exercícios que fortalecem as pernas, porque a musculatura reforçada das pernas ajuda a devolver o sangue para a circulação. Então a mensagem é: respeitem o seu corpo, mas o aproveitem bastante.