Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (2004). Concluiu no ano de 2008 a Residência em Clínica...
i"Somos o que comemos". Com certeza você já ouviu esta frase muitas vezes. E com relação ao diabetes, é dessa forma que a história começa.
O diabetes tipo 2, o tipo mais comum do adulto, é uma doença de causa multifatorial. Ela apresenta um fundo genético - sua história familiar -, mas seu desenvolvimento depende de um ambiente propício: sedentarismo e ganho acentuado de peso associado à resistência à insulina. O aumento de peso com a concentração de gordura na região abdominal está especialmente ligado ao desenvolvimento de alterações de glicose e consequentemente do diabetes.
Diante de toda uma preocupação com o ganho de peso, e sabendo que existe uma relação direta entre este excesso de peso e o desenvolvimento do diabetes, muitas dietas tem sido divulgadas nos últimos meses e anos com o objetivo de controlar e até de reverter a doença. E é aí que precisamos ter cuidado com o que ouvimos e fazemos.
Antes, é importante entender que uma vez que a pessoa é diabética, ela deverá ter os cuidados de um diabético para o resto da vida, mesmo que seus níveis de açúcar sejam normais na corrente sanguínea.
Tecnicamente, pela ótica da medicina, o diabetes não tem cura. Se a pessoa desenvolve a doença devido ao aumento de peso e ela emagrece, os níveis de açúcar se normalizam, e isto muitas vezes é visto como cura. Mas o que acontece, na verdade, é um bom controle da doença. No entanto, caso a pessoa volte a ganhar peso, muito provavelmente o diabetes tornará a aparecer nos exames de sangue.
As dietas muito restritivas, como as que orientam uma redução importante de calorias, chegando a um consumo mínimo de 500 ou 600 kcal por dia devem ser vistas com muito cuidado para os pacientes diabéticos, assim como programas de jejum intermitentes ou de perda muito rápida de peso. Nestes casos, o corpo passa a utilizar a gordura estocada nas células adiposas como fonte de energia, produzindo os corpos cetônicos, que em excesso, podem causar um desequilíbrio nos elementos da corrente sanguínea, como sódio, potássio e água. Nos casos em que os corpos cetônicos se tornam muito altos no organismo, o quadro de cetoacidose pode ocorrer, o que é especialmente muito grave nos diabéticos.
Como perder peso
Mesmo que em uma pessoa com diabetes tipo 2 seja necessário perder peso, é preciso que esta perda seja por modificações dos hábitos de vida e da dieta, trocando carboidratos simples por integrais, reduzindo progressivamente as porções dos alimentos e aumentando a atividade física. A Associação Americana de Diabetes e a Sociedade Brasileira de Diabetes indicam a educação alimentar como o melhor meio para o controle de peso dos diabéticos. Isso significa ter uma contagem de calorias, quantidade suficiente de alimentos, qualidade das escolhas, harmonia e equilíbrio dos nutrientes.