Graduado em Medicina pela UNIFESP, é médico credenciado pelo Hospital Albert Einstein e diretor técnico de saúde do Hosp...
iAnsiar é o mesmo que esperar. Da proposta de qualquer ação ou acontecimento até sua realização ou resultado, as pessoas vivem um intervalo de espera, de expectativa, de ansiedade.
Para se conseguir manter o convívio familiar, é importante entender um pouco sobre o problema, começando pelas suas causas - que podem ser orgânicas ou biológicas, onde não há necessidade de causas externas para desencadeá-las. A ansiedade também pode ser devida a fatores psicológicos, como a insegurança e o medo.
Além disso, existe uma predisposição ou condicionamento genético para a ansiedade com a devida alteração dos "mediadores químicos cerebrais". O que significa que da mesma forma que herdamos a tendência à hipertensão, diabetes e outras doenças, herdamos igualmente uma tendência a desenvolvermos ansiedade.
Observamos que algumas pessoas têm ansiedade desde os primeiros momentos da vida, e já durante a infância são crianças que reagem com mais ansiedade aos eventos normais da vida. Elas, quando adultas, mesmo em situações como uma viagem de lazer, um passeio ou diversão, ficarão ansiosas.
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Ansiedade normal e ansiedade doentia
Mas até que ponto a ansiedade é normal e quando passa a ser doentia? De uma maneira simplista, até determinada "quantidade" de ansiedade consideramos normal, desde que não interfira em nosso desempenho e não prejudique nossa qualidade de vida.
Uma "quantidade" anormalmente elevada de ansiedade que impeça o indivíduo de levar uma vida normal e interfira em seus atos diários é considerado um estado patológico ou doença. Se a ansiedade tiver repercussões físicas, como produzindo hipertensão, doenças musculares ou outras, ela também é considerada doentia.
A ansiedade vivida principalmente nos grandes centros urbanos nos empurra para uma vida que não queremos levar, mas somos obrigados a fazê-lo. Sempre correndo, consumindo e, infelizmente, nos esvaziando dos valores interiores, como os espirituais e familiares. Produzimos para os outros, e nos esquecemos de nós mesmos...
Mantendo o convívio dentro de casa
O primeiro cuidado para manter o convívio com quem tem ansiedade é não julgar. Tome muito cuidado em não emitir uma interpretação sobre o problema que possa ser uma visão distorcida baseada em "pré-conceitos" ou "pressupostos" pessoais sobre a situação.
Nunca minimize as reações de ansiedade em seus múltiplos sintomas que a pessoa pode apresentar, e nem reduza o quadro a sinônimos de fraqueza, falta de coragem, falta de fé ou posturas desta natureza.
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Neste ponto ressalto a importância fundamental da família como um dos últimos redutos onde se pode "depositar" a ansiedade, pois as pessoas podem ter afeto suficiente para absorvê-la, neutralizá-la e até transformá-la em outro tipo de sentimento. O diálogo familiar, o toque, afago e acolhimento são muito importantes.