No mês de prevenção do suicídio, conhecido como Setembro Amarelo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) divulgaram dados preocupantes: no mundo, a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio. Ainda segundo as organizações, apenas 28 países relataram possuir alguma estratégia nacional para prevenção do problema e poucos incluíram a prevenção como prioridade de saúde.
Em comunicado, os órgãos reconhecem que o suicídio e suas tentativas são prioridades na agenda global de saúde, ressaltando a importância de que cada país desenvolva estratégias de prevenção, quebrando os tabus sobre o assunto.
Segundo dados da ONU de 2012, mais de 800 mil pessoas se suicidam todos os anos ao redor do globo, tornando-se a segunda principal causa de morte entre jovens dos 15 aos 29 anos. As informações ainda apontam que 75% dos suicídios ocorrem em países de baixa e média renda.
"Para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam a cada ano. A tentativa prévia é o fator de risco mais importante para o suicídio na população em geral", disse a organização. Os métodos mais comuns em âmbito global são a ingestão de pesticida, enforcamento e uso de armas de fogo.
A OPAS/OMS relatou também que os suicídios podem ser evitados em tempo oportuno, embasados em evidências e intervenções de baixo custo.
"Embora a relação entre distúrbios suicidas e mentais (em particular, depressão e abuso de álcool) esteja bem estabelecida em países de alta renda, vários suicídios ocorrem de forma impulsiva em momentos de crise, com um colapso na capacidade de lidar com os estresses da vida - tais como problemas financeiros, términos de relacionamento ou dores crônicas e doenças", completou a agência.
Enfrentamento de conflitos, desastres, violência, abusos ou perdas e senso de isolamento também podem ser fatores associados ao comportamento suicida. Grupos vulneráveis e que sofrem discriminação, como refugiados e migrantes, indígenas, lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI) e pessoas privadas da liberdade, também possuem altas taxas de suicídio.
De acordo com a OPAS/OMS, com medidas tomadas junto à população, os suicídios podem ser evitados. As medidas contam com a redução do acesso a meios que possam ser utilizados para o suicídio, políticas de redução do uso nocivo do álcool, identificação precoce, tratamento e cuidados de pessoas com transtornos mentais, dores crônicas e estresse emocional agudo, entre outras.
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"A prevenção não tem sido tratada de forma adequada devido à falta de consciência do suicídio como um grave problema de saúde pública. Em diversas sociedades, o tema é um tabu e, por isso, não é discutido abertamente", ressaltou a OPAS/OMS.