Graduada em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP); realizou Extensão em Dentíst...
iO abscesso dentário é resultado do acúmulo de pus na região do dente ou da gengiva, que aparece na forma de uma "bolinha" inchada no local envolvido na infecção.
A causa mais comum é a presença dos microrganismos que causam cáries e doença periodontal e que, quando não tratados adequadamente, acabam infeccionando os tecidos ao redor do dente.
Existem duas formas de abscessos nos dentes. O abscesso dental, que é quando a causa está na polpa do dente (canal que existe no interior do dente onde encontram-se os vasos sanguíneos e nervos). Ele ocorre quando a polpa necrosa por ação das bactérias que invadem e infectam um dente; ou necrosa por trauma ou por agentes químicos.
A segunda forma é o abscesso gengival, que tem origem na infecção da gengiva. Alimentos ou outro material estranho retidos na gengiva podem levar à uma infecção bacteriana na área em torno dos dentes, o abscesso. Outra condição importante para a sua formação é a doença periodontal.
Tratamento
Consultar periodicamente o cirurgião dentista e manter uma boa higiene bucal ajudam a prevenir o surgimento de cáries, doença periodontal e abscessos.
Porém, se forem constatados os sintomas de um abscesso, é recomendável procurar atendimento odontológico imediato para que seja indicado um tratamento adequado evitando que a infecção cause danos ao estado geral de saúde.
Dependendo do que está provocando o abscesso dentário, o dentista poderá seguir alguns tratamentos:
- Se for possível, o dentista fará a drenagem do abscesso e poderá prescrever anti-inflamatórios e antibióticos
- Se a causa for por infecção ou necrose da polpa, será indicado o tratamento de canal (tratamento endodôntico)
- Se a infecção for de origem periodontal (bactérias que penetram entre o dente e a gengiva), será realizado o tratamento periodontal - com procedimentos como limpeza e raspagem do tártaro, entre outros
Sintomas
A fase inicial é marcada por a dor intensa, espontânea e localizada, dando a sensação de pressão e latejamento na área atingida. Além disso, o dente apresenta mobilidade, é sensível à mastigação e esta sensibilidade pode estender-se aos dentes vizinhos.
Na evolução, além desses sintomas, existe o inchaço no rosto ou na gengiva, de consistência dura quando palpado. O abscesso evoluído apresenta um inchaço ainda maior, podendo deformar o rosto da pessoa e, se apalpada, a região apresenta a consistência mole, sendo frequente a presença de febre e mal-estar generalizado.
Na forma crônica, em geral, este tipo de abcesso não apresenta sintomas, sendo normalmente descoberto por acaso, em ocasião de exame radiográfico de rotina, ou devido à presença de fístula. Podem desenvolver-se por meses ou anos sem que sejam descobertos.
Complicações
Quando o abscesso fica por muito tempo sem o devido tratamento, é possível que ele acabe causando outros problemas, como uma sinusite, ou uma osteomielite (infecção do dente se espalha pela corrente sanguínea e ataca um osso de qualquer parte do corpo) que é mais rara.
Ainda mais raro, é um abscesso dentário causar um abscesso cerebral. Essa condição é bem remota, mas é possível, pois um abscesso cerebral pode ser originado pela propagação de uma infecção, não tratada adequadamente, em qualquer parte do crânio, inclusive no dente.
Devemos considerar também a septicemia (disseminação dos microrganismos através dos sistemas linfático e arterial, quadro que pode levar o paciente à morte) como uma possibilidade em casos de pacientes debilitados.
Lembre-se: a prevenção é simples e procurar um profissional o quanto antes só traz benefícios.