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Durante alguns exames de rotina, em 2008, o mineiro Fernando Maia recebeu a notícia de que o resultado do seu PSA - Antígeno Prostático Específico (uma proteína do sangue indicadora do câncer de próstata) estava alterado. Ele tinha apenas 42 anos. O exame foi refeito depois de alguns dias de medicação, mas não houve melhora. Assim, o médico optou pelo exame de toque retal, que indicava que tudo estava normal. O próximo passo seria a biópsia.
"Neste momento começou meu drama. Eu sempre trocava de médico para não ter que fazer a biópsia", conta Fernando. Pelos três anos seguintes, o representante comercial ficou em busca de um médico que dissesse exatamente o que queria ouvir. Porém, foi quando ele, aos 45 anos, notou uma redução no volume de sua urina e encontrou coragem para fazer o procedimento. "Por sorte o quadro ainda era de um câncer de próstata em estágio inicial", relembra.
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Diagnóstico e tratamento
"Fiquei pelo menos uma hora sentado em meu carro absorvendo aquela notícia e pensando o que eu deveria fazer", diz. Passado um pouco do susto, ele procurou um oncologista para saber quais eram as opções de tratamento. A orientação foi a de que fizesse a Prostatectomia Radical, cirurgia de extração total da próstata. Antes de decidir, Fernando buscou a opinião de outros profissionais.
Entre as alternativas apresentadas, a cirurgia se mostrou a mais segura no momento. O procedimento durou pouco mais de três horas e o pós-operatório foi tranquilo. "Eu era novo na época e tinha um bom cirurgião, então poderia ter a chance de me recuperar mais rápido", conta ele.
Recuperação
O período de recuperação de uma cirurgia oncológica nem sempre é simples. No caso de pacientes com câncer de próstata pode acontecer de, durante a recuperação, haver algum tipo de alteração, por exemplo, no trato urinário e na vida sexual. No entanto, é importante ressaltar que na maioria dos casos, o quadro é temporário.
"Minha vida deu uma reviravolta. Meu casamento acabou, mas hoje tenho outra parceira, que é minha companheira. A recuperação está se dando a cada dia. Me considero curado do câncer e vivo normalmente, sempre alerta para qualquer alteração", relata Fernando.
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Lidar com uma doença oncológica é um processo difícil tanto para o paciente quanto para seus familiares e amigos. Portanto, é importante procurar auxílio psicológico sempre que sentir que a situação está difícil de suportar.
Preconceito e machismo
Por falta de conhecimento, preconceito e medo, muitos homens deixam de cuidar da própria saúde e deixam de fazer o exame de toque retal, um importantíssimo aliado do diagnóstico do câncer de próstata precoce. Ou, como no caso de Fernando, evitam fazer a biópsia. "Corri um grande risco adiando algo que poderia ter me matado", lembra ele.
"Costumo dizer que o câncer não escolhe idade, nem classe social e que a vergonha e o machismo matam. Tenham consciência de que é melhor ser um homem que precisará conhecer novas formas de amar uma mulher do que sofrer e até morrer com uma doença que hoje tem cura", finaliza.