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Você sabe se medicamentos fitoterápicos precisam de prescrição médica? Qualquer médico pode receitar o fitoterápico? Se você ficou em dúvida em alguma pergunta, não tem problema. Nem todos entendem as propriedades do medicamento fitoterápico ou seu funcionamento e, com isso, sobram dúvidas e mitos nesse assunto.
Para que você tenha um conhecimento mais amplo sobre fitoterápicos, o portal Minha Vida conversou com o médico Alexandros Botsaris, especializado em doenças infecciosas, acupuntura e medicina chinesa e membro da Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit), com a nutricionista funcional fitoterápica Gabriela França, da Clínica Patricia Davidson Haiat, com a nutróloga fitoterápica Marcela Voris, coordenadora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e com o médico Roberto Debski, especialista em medicina integrativa e diretor da Clínica Ser Integral.
Os profissionais esclarecem, a seguir, 10 dúvidas muito comuns sobre os fitoterápicos:
1 - Os medicamentos fitoterápicos devem ser compostos apenas por ativos vegetais?
Sim. Medicamento fitoterápico é constituído exclusivamente de matérias-primas vegetais, e este é um pré-requisito para conseguir registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A fitoterapia utiliza princípios ativos de plantas com propriedades medicinais para o tratamento ou a prevenção de doenças. Os ativos vegetais são extraídos das plantas, e suas partes (raízes, folhas, flores e sementes) são manipuladas, industrializadas e padronizadas para garantir a qualidade do medicamento, sua segurança e eficácia.
2 - Os medicamentos fitoterápicos sempre precisam ter registro da Anvisa?
Sim. O registro na Anvisa é obrigatório para que eles possam ser vendidos em farmácias. Nunca consuma um medicamento fitoterápico sem essa certificação.
3 - Pode-se tomar um medicamento fitoterápico sem receita e apenas seguindo a bula?
Isso pode acontecer, mas não é o recomendado. "O bom senso orienta que, se houver doença ou sintomas recorrentes, um médico seja consultado para fazer o diagnóstico correto. Além disso, ao usar um medicamento por conta própria, pode-se aliviar um sintoma superficial e mascarar uma doença não aparente e talvez grave", alerta Roberto.
Além disso, Gabriela complementa que "há muitas interações, tanto com medicações quanto com nutrientes, que podem tornar o uso sem prescrição perigoso".
De toda forma, conta Alexandros, "a maioria dos medicamentos fitoterápicos nas prateleiras das farmácias é de uso livre, e com indicações para problemas simples de saúde - nesses casos, podem ser usados apenas com as informações da bula".
4 - Que médico deve ser consultado para a prescrição de medicamentos fitoterápicos?
Qualquer médico que tenha experiência e prática com a utilização desses medicamentos, desde que dentro de sua área de atuação.
A fitoterapia não é uma especialidade médica, então cada profissional - nutricionista, pediatra, dentista ou clínico geral, por exemplo - pode indicar medicamentos fitoterápicos para prevenção ou tratamento de doenças relacionadas à sua especialização.
5 - Um medicamento fitoterápico leva mais tempo para agir do que um alopático sintético?
Não existe essa comparação. A ação de um medicamento, seja ele fitoterápico ou sintético, depende de seu princípio ativo (e não da origem do princípio ativo), do organismo do indivíduo, da doença, do tempo de evolução da doença e da dose utilizada. A resposta aos fitoterápicos pode ser tão rápida quanto a de um medicamento sintético.
6 - Por serem naturais, os medicamentos fitoterápicos são livres de efeitos colaterais?
Não. "Qualquer substância pode ser tóxica, até a água. Tudo depende da quantidade, da situação e da doença que a pessoa tem", ressalta Alexandros. Fitoterápicos não escapam à regra.
"Os efeitos colaterais podem se dar pela interação do fitoterápico com outros medicamentos, por ser administrado para uma doença à qual não se aplica ou por ser ingerido em dose excessiva", exemplifica Roberto.
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Mas, de forma geral, os riscos de efeitos colaterais são menores por eles terem a concentração de princípios ativos menor que nos alopáticos sintéticos.
7 - Existem restrições ao uso de fitoterápicos?
Sim, como ocorre com qualquer outro tipo de medicamento. É necessário avaliar a doença e seu estágio e que outros medicamentos estão em uso, entre outros fatores.
Gestantes e lactantes só podem utilizar medicamentos com orientação médica. Idosos, crianças, pacientes com problemas hepáticos, de coagulação, imunológicos e cardiovasculars devem ser avaliados com cuidado especial para o médico decidir se podem ou não.
8 - Pode-se usar um medicamento fitoterápico junto com um alopático sintético?
Sim. A fitoterapia faz parte da medicina integrativa e complementar e pode potencializar o efeito de outros medicamentos. É preciso que o médico conheça essas interações para fazer as indicações e os ajustes necessários.
9 - O fitoterápico pode ser o medicamento principal em tratamentos emergenciais?
Não. Na maioria dos casos agudos, haverá a necessidade de prescrever medicamentos convencionais (os alopáticos sintéticos), e a fitoterapia poderá ser utilizada como complemento ao tratamento.
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10 - Há diferença entre medicamentos fitoterápicos em comprimidos, gotas e chás?
Sim. O medicamento fitoterápico em comprimidos ou em gotas é um extrato - ou seja, é mais concentrado e tem efeito mais potente que um chá, feito com a infusão da erva. Nesse caso, a obtenção do princípio ativo dependerá de fatores como a temperatura e a quantidade de água, assim como a procedência da planta.