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Se tem uma coisa praticamente impossível de esconder é a nossa pele. Logo, qualquer condição de pele é facilmente percebida - e nem sempre as reações são positivas, podendo gerar situações constrangedoras.
Entretanto, nem sempre essas condições são contagiosas. Fique de olho nos problemas de pele não contagiosos mais comuns e evite gafes:
1. Psoríase
Essa é uma doença inflamatória da pele bastante comum, que se caracteriza por lesões descamativas e avermelhadas, normalmente em placas. Ela é uma doença crônica, autoimune - ou seja, em que o organismo ataca ele mesmo - e pode ser recorrente (torna a aparecer repetidas vezes).
Apesar das causas da psoríase ainda não serem completamente conhecidas, acredita-se que ela esteja relacionada a fatores como predisposição genética e a fatores imunológicos de cada pessoa. "Esta é uma doença inflamatória, e não infecciosa, que deve ser acompanhada pelo médico para estar sob controle", diz Renata Oliveira Alves, médica dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e colaboradora nos Ambulatórios de Cosmiatria e Acne da Santa Casa de São Paulo.
Segundo explica a médica, o paciente com psoríase pode ter um convívio normal com amigos e familiares, praticar esportes e outras atividades do dia a dia.
2. Vitiligo
Caracterizada pela perda gradativa da pigmentação da pele, o vitiligo geralmente leva ao surgimento de manchas pelo corpo. A extensão dos sintomas são imprevisíveis, assim como o quanto de cor a pessoa irá perder e o local atingido. Cabelo, cílios, sobrancelha, barba, olhos e até os tecidos que revestem o interior da boca e do nariz podem ser afetados. Depois que a cor de pele é perdida, é muito difícil que ela retorne ao tom original.
Estima-se que 1,5% da população brasileira viva com vitiligo, ou seja, cerca de 2,9 milhões de pessoas apenas no Brasil. "Já foi comprovado que alguns genes podem estar alterados em pessoas que têm vitiligo, um deles é o V1T1, mas isso não foi completamente elucidado ainda", diz Angélica Pimenta, dermatologista e tricologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Acredita-se que o vitiligo, assim como a psoríase, seja uma doença autoimune, ou seja, que o organismo da pessoa ataca e destrói os melanócitos, que são os responsáveis por produzir a melanina (pimento que dá cor à pele). A Sociedade Brasileira de Dermatologia adverte em comunicado oficial que "o vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos a saúde física". Angélica explica que "não é qualquer pessoa que pode ter vitiligo, esta é uma condição hereditária que pode se manifestar ou não".
3. Rosácea
Caracterizada por áreas de vermelhidão no rosto, os primeiros sintomas de rosácea podem ser confundidos com queimaduras solares. Outros sintomas incluem:
- Vermelhidão facial
- Lesões parecidas com acne no rosto
- Secura ocular
- Pálpebras avermelhadas, irritadas e inchadas
- Nariz alargado
Apesar das causas da rosácea ainda não serem completamente esclarecidas, ela não é contagiosa, uma vez que o mais aceito é que seja necessária uma predisposição genética para apresenta-la. "A presença de micro-organismos ou fatores que aumentem a vascularização - consumo de álcool, comida muito condimentada, estresse, calor etc. - costumam piorar os sintomas", explica Angélica.
4. Pitiríase rósea
Manchas rosadas ou brancas por todo o corpo, menos no rosto, que podem coçar e formar escamas. Esses são os sintomas de pitiríase rósea, que costuma regredir espontaneamente num período de quatro a oito semanas sem deixar sequelas.
"Até hoje não se conseguiu isolar nenhum agente infeccioso nos estudos realizados para pitiríase rósea, portanto acredita-se que não é contagiosa", diz Leandra D'Orsi Metsavaht, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A médica ainda explica que a resolução da doença é espontânea, portanto não há tratamento, apenas medicamentos que aliviam os sintomas sem alterar a evolução da doença.
5. Urticária
A urticária é uma reação alérgica caracterizada por manchas e vergões vermelhos na pele. Elas podem ter diferentes tamanhos e tendem a mudar de lugar, surgindo em outra parte do corpo sem deixar cicatrizes. "A urticária pode ser classificada em aguda quando as lesões desaparecem em até seis semanas, ou crônica, quando o quadro persiste além desse período", diz a dermatologista Renata.
A urticária ocorre por uma ativação de células do sistema imunológico responsáveis por liberar agentes como a histamina, uma substância que provoca vasodilatação, coceira e inchaço. Os principais fatores que desencadeiam este processo no organismo são medicamentos, como antibióticos e anti-inflamatórios, alimentos, infecções e até fatores físicos como calor e frio.
6. Eczema atópico
Também chamado de dermatite atópica, ela é um problema crônico de pele. É caracterizado por:
- Pele muito seca
- Alterações na cor da pele
- Erupções que coçam e apresentam crostas, mais comumente localizadas nas dobras dos braços e parte de trás dos joelhos
- Sangramentos
- Feridas que soltam secreções
- Surgimento de bolhas
As áreas de inflamação podem ficar espessas após períodos de irritação e coceira prolongados. Ela também costuma estar associada à rinites, bronquites e diversas alergias.
"Já é bem fundamentado que o eczema atópico é uma doença de caráter hereditário, correlacionado por exemplo à famílias em que é comum se ter bronquite, rinite e alergias. Então, para a pessoa ter eczema atópico, é necessário que ela tenha essa herança no corpo", explica a dermatologista Angélica.