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Uma doença pouco conhecida vem se espalhando pelo país. A esporotricose é uma micose causada por um fungo que vive naturalmente no solo, o Sporothrix. O gato é a maior vítima do problema, que provoca lesões sérias na pele e pode ser fatal quando não tratada corretamente.
Por meio de arranhões, os animais infectados transmitem o fungo a outros felinos, a cães e também a seus donos. Os sinais de contaminação em humanos aparecem em forma de machucados na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho e podem evoluir para uma ferida.
Em animais, os principais sintomas de contaminação são espirros frequentes e feridas, especialmente na cabeça. As lesões são profundas, não cicatrizam, têm pus e se espalham para o restante do corpo.
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A infecção tem cura, mas o tratamento é caro e demorado, por isso aos primeiros sinais da doença é preciso procurar imediatamente um médico. Ainda não existe vacina ou qualquer medicamento preventivo contra a esporotricose. Para evitar contaminação, é ideal evitar contato com terra úmida, onde o fungo pode ser encontrado.
Em 2013, a doença passou a ter notificação obrigatória devido ao status hiperendêmico da esporotricose no estado do Rio de Janeiro. Segundo informações coletadas apenas no INI/Fiocruz, unidade de referência no Rio de Janeiro, em 2015 foram diagnosticados mais de 5 mil casos humanos e 4 mil casos felinos.
De acordo com dados da Vigilância Sanitária do município do Rio de Janeiro, em 2015 foram registrados 3.253 casos felinos. Ocorrendo um aumento de 400% no número de animais diagnosticados no ano seguinte, cerca de 13.536 atendimentos em institutos públicos veterinários, em assistência domiciliar ou comunitária.
A Secretaria Municipal de Saúde registrou 580 casos em humanos em 2016. Já em 2015 o registro era de 516 pacientes com a infecção na pele e 327 casos em 2014. Essas estatísticas se referem apenas aos casos notificados.
A veterinária Isabella Dib Gremião, do Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (INI/Fiocruz), é a primeira autora de um trabalho que acaba de ser publicado na revista PLOS Pathogens sobre a transmissão da esporotricose entre gatos e humanos.
Os pesquisadores afirmam que a esporotricose humana não é uma doença de notificação compulsória e, por isso, a sua exata prevalência é desconhecida. Além disso, ainda não se sabe como o fungo começou a infectar os gatos, até o momento a esporotricose era considerada uma doença muito esporádica.
Para o combate do casos é preciso que o governo crie novas formas de diagnóstico, aumente o acesso ao medicamento e, também, realize campanhas educativas sobre a guarda responsável do animal.
Com informações da agência Fapesp.