Doutor em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, tem título de especialista e...
iQuando buscamos por "infarto fulminante" nos mecanismos de buscas, temos um resultado de trezentos e oitenta mil conteúdos indexados como resposta. Na maioria das vezes, se refere a um evento fatal, súbito, associado ou não a dor no peito. Porém, o que mais chama atenção é a diversidade de casos encontrados nas matérias. Elas falam de pessoas totalmente distintas, que com certeza apresentaram vida pregressas muito diferentes e acabaram falecendo pela mesma causa. Por que isso acontece?
O que é infarto fulminante?
Infarto é a interrupção aguda de transporte de sangue para alimentar o músculo cardíaco com oxigênio e glicose. Ele geralmente cursa com dor no peito, sofrimento e morte do músculo. Como esse músculo vai prejudicar o organismo depende do tamanho da área acometida (quanto maior o infarto maior a dificuldade das células não afetadas em bombear o sangue para frente) e do comportamento do resto do músculo quando enxerga o sofrimento do músculo morrendo.
Agora vamos para a segunda parte: ?fulminante?. O verbo fulminar significa ?matar?, ?destruir, subverter, aniquilar? de acordo com o dicionário Aurélio. Então teríamos o infarto que mata, e de acordo com o conceito comum dessas páginas, aquele que mata de repente.
Infarto fulminante poderia ser entendido como aquele que leva a morte súbita. Morte súbita, esta sim uma expressão técnica médica, é morte que acontece em até uma hora do início dos sintomas. Muitos pacientes que têm morte súbita são inadequadamente classificados como infarto. A maioria das mortes súbitas são de causa cardíaca (até 88%).
Nas décadas de 80 e 90 estima-se que 15 a 19% das mortes súbitas tinham como base infarto ou doença coronariana. Com a melhoria das medicações e dos cuidados, acredita-se que exista uma redução da participação de infarto ?fulminante? nessas mortes.
Se acredita que o risco de um homem adulto sofrer um infarto é de 5% a cada 5 anos. Pessoas sem nenhum fator de risco (diabetes, história familiar de infarto, hipertensão arterial, tabagismo, doença arterial em outros lugares do corpo, como doença de carótidas ou doença arterial periférica) tem seu risco reduzido para 1 a 1,74%. Pessoas com mais fatores de risco podem chegar a 22% em cinco anos.
Pessoas com maior probabilidade de sofrer infarto fulminante
- Pacientes com história pessoal ou familiar de doença coronariana (angina, infarto)
- Tabagistas
- Diabéticos
- Obesos
- Sedentários
- Hipertensos
- Pacientes com colesterol elevado
Prevenção
Exceto pela história familiar, todos os fatores de risco são modificáveis ou gerenciáveis. Se tanto servem de alerta para exames periódicos, avaliação médica e evitar excessos.
Excessos são: iniciar atividade física sem supervisão em carga MUITO acima do que a pessoa está acostumada. Drogas para acordar, acelerar metabolismo, ou dietas sem reposição adequada de vitaminas, eletrólitos, ou que levem a desidratação excessiva. Lembrando que jejum prolongado funciona como trauma, e esse trauma só pode ser benéfico para o corpo quando o corpo pode aguentar. Dietas e mudanças de estilo radicais não ajudam mais que atrapalham.
O planejamento sem supervisão médica, nutricional e por professores de educação física (sim, tratamento multidisciplinar funciona, e pode acelerar esse processo de uma forma segura) deveria ser sempre feito ao longo de pelo menos 6 meses.