Sou graduada em Psicologia pela UniGuarararapes-PE, especialista em avaliação e Diagnóstico Psicológico. Formanda em Psi...
iA adolescência é uma fase de transição da infância para a vida adulta, e é neste período que acontecem as maiores transformações físicas, emocionais e comportamentais do ser humano. Mediante isso, as famílias não sabem lidar com esse novo momento do seu filho, que exige uma adaptação para ambos. Por esse motivo, ocorrem muitos conflitos e desavenças entre pais e filhos.
É importante que os pais e a família reflitam e internalizem que seus filhos estão crescendo e ganhando autonomia, e esse momento não é fácil nem para os pais e nem para os filhos.
Infelizmente o que vem acontecendo atualmente é que a incidência de adolescentes cometendo suicídio está aumentando cada vez mais. O Brasil é o oitavo país em número de suicídios. Em 2012, foram registradas 11.821 mortes, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres, de acordo com o novo relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde, a OMS, chama a atenção de governos para o suicídio, considerado "um grande problema de saúde pública".
Sinais de alerta
Nesse momento, está aumentando o índice de suicídio em adolescentes e existem alguns comportamentos que podem ser sinais de alerta para familiares:
- Isolamento social
- Mudanças bruscas de comportamento
- Falta de interesse em atividades antes prazerosas para o adolescente
- Baixo rendimento escolar
- Uso abusivo de álcool e outras drogas
- Insônia ou sono excessivo
- Discurso negativo e pessimista
- Desesperança e desespero.
Os pais e familiares ao notarem esses sinais, precisam ficar atentos. O suporte familiar é importantíssimo nesse momento, conversar e interagir mais o adolescente para entender os motivos pelo qual estão ocorrendo essas mudanças em seu comportamento, entretanto esses sinais não significam que o adolescente está com ideação suicida, pois podem ocorrer alguns diagnósticos que são semelhantes.
O que fazer ao notar os sinais?
Trazer a escola como aliada para obter informações de como está se comportando nesse contexto, é crucial para que os pais saibam como os filhos estão nesse seu círculo social.
A família ao identificar esses sintomas deve conversar com o adolescente, a fim de entender o se está acontecendo com a sua vida nesse momento tentar participar mais de sua vida social e claro buscar ajuda profissional para fazer uma avaliação com um psiquiatra e um acompanhamento com um psicólogo, pois precisa identificar se existe algum transtorno associado as ideações suicida.
Como conversar sobre o tema com os filhos?
A conversa sobre a temática do suicídio é algo que poder ocorrer de forma mais natural possível, geralmente o adolescente dá indícios de que algo na sua vida não está bem. Frases como:
- Eu não agüente mais essa vida
- É melhor morrer do que viver assim
- Não sei mais o que fazer
- Acho que não vou suporta isso.
Esses sinais são de alerta, pois geralmente o que ocorre é que as pessoas da família não valorizam e sempre dizem "isso vai passar", mas para o jovem que está sofrendo, escutar essa frase não irá ajudá-lo em nada. É muito comum as ideações suicidas ocorrerem quando o jovem está sofrendo bullying na escola, ou teve uma decepção amorosa ou abuso sexual e psicológico.
Na adolescência, os sentimentos e a emoções estão muito latentes e eles não tem maturidade emocional para lidar com tantas mudanças que estão ocorrendo na sua vida, pois isso o apoio familiar é crucial para que o adolescente lide com essas mudanças de forma mais saudável possível.
Quando procurar um profissional?
Os fatores que fazem o adolescente buscar a própria morte são diversos, entre famílias desestruturadas, transtornos psicológicos, trauma e falta de apoio familiar.
O melhor caminho para os pais, é a sua presença na vida do seu filho, tentar fazer atividades com seus filhos, entrar no mundo deles, pois se isso for feito, talvez o suicídio não seja uma opção, o adolescente precisa entender que os pais são pessoas que eles podem contar, pois o apoio familiar é crucial para a decisão de o adolescente cometer ou não o suicídio.