Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Não há palavras para descrever a dor que é perder um animal de estimação, eles são uma pequena parte da família e proporcionam uma felicidade imensa para essas pessoas. Essa perda pode causar nos donos uma tristeza muito forte, podendo, inclusive, levar a depressão, ansiedade e distanciamento social.
No ano passado, uma mulher americana saudável teve seu coração partido -literalmente- depois da morte de seu amado cachorrinho. Um dia após o ocorrido, Joanie Simpson, 62 anos, acordou com dor nas costas e dor no peito. Então, decidiu ir a uma clínica local para ter certeza de que não era nada grave.
Devido aos sintomas, os médicos decidiram transferir ela para um hospital maior. Então, ela foi transportada de avião para o Hermann Memorial Hospital, no Texas, no qual os funcionários lá foram informados de que eles estariam recebendo uma paciente com sinais de um ataque cardíaco.
Ela foi levada ao laboratório de cateterismo cardíaco do hospital, onde os especialistas inseriram um tubo em seu coração através da virilha. Eles esperavam ver as artérias bloqueadas, mas os resultados mostram algo diferente. Joanie foi diagnosticada com cardiomiopatia potencialmente fatal de Takotsubo ou "síndrome do coração partido".
A condição imita um ataque cardíaco e acontece quando uma quantidade esmagadora de hormônios estressam o coração. A sensação cria espasmos, e a "síndrome do coração partido" pode ser fatal.
A síndrome do coração partido, apesar do nome, não é a doença típica dos amantes frustrados. Considerada uma condição rara, a "síndrome do coração partido", ela atinge principalmente mulheres - cerca de 80% dos casos -, em geral que já tenham passado pela menopausa, com histórico de forte estresse físico ou emocional.
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A americana foi tratada com um inibidor da enzima conversora da angiotensina (ACE) e um bloqueador beta. Uma vez que ficou estável novamente, os médicos explicaram sua condição para ela e o que aconteceu, ela disse que "fazia todo o sentido". Joanie teve que ficar no hospital por dois dias e agora precisa tomar medicamentos cardíacos, mas ela passa bem.
A história foi publicada como parte de um estudo no New England Journal of Medicine, mostrando o dano físico que a tristeza pode fazer ao corpo de alguém na sequência de uma perda.
Em entrevista ao Washington Post, a mulher contou que sua cachorrinha chama Meha morreu depois de sofrer de insuficiência cardíaca congestiva. De acordo com ela, o animal de estimação era como uma filha para ela. "As crianças cresceram e saíram da casa, então ela era nossa pequena", disse.
Apesar da morte de Meha, Joanie revelou que planeja pegar outro cachorro no futuro. "É doloroso. É traumático. É tudo isso. Mas você sabe o que? Eles dão tanto amor e companheirismo que vou fazê-lo novamente. Vou continuar a ter animais de estimação. Isso não vai me impedir.