Redatora especializada na produção de conteúdo para família, beleza e alimentação.
Vários depoimentos foram postados na internet sobre o procedimento de microagulhamento. Aliás, alguns vídeos até ensinam a técnica de forma caseira. No entanto, existe um protocolo a ser seguido para que o tratamento tenha sucesso.
Sabendo disso, os riscos que uma pessoa corre por realizar microagulhamento em casa são muitos. Se você é uma pessoa que gosta de fazer procedimentos caseiros fique atento!
O que é o microagulhamento?
Microagulhamento ou indução percutânea de colágeno (IPCA) consiste no uso de microagulhas que promovem um estímulo à produção de colágeno pelo próprio organismo para recuperar a pele lesada.
Os especialistas explicam que o procedimento pode ser realizado com diversos dispositivos. O mais comum é o dermaroller, que ao deslizar sobre a pele com pressão controlada, provoca a abertura de microcanais que irão se regenerar, tornando a pele mais bonita nesta regeneração. Mas o procedimento deve ser realizado sempre com acompanhamento de um dermatologista.
Saiba mais: Microagulhamento: o que é o procedimento e para que serve?
Por que não posso fazer em casa?
Precisa de anestesia: O microagulhamento pode causar dor ao paciente, já que a técnica provoca pequenos furos na pele. Dessa forma, os especialistas usam cremes anestésicos específicos que não são acessíveis para as pessoas.
Não pode ser qualquer equipamento: Mesmo que o paciente consiga comprar o dermaroller pela internet, a maioria não tem o selo de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Existe jeito certo de fazer: Se o leigo usar uma pressão maior ou aplicar um sentido errado, as chances de provocar escoriações, marcas e manchas na pele são altíssimas. "A automedicação e auto tratamento podem gerar problemas desnecessários, e o barato pode sair caro e com sequelas", afirma a dermatologista Ana Lúcia Récio, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Pode trazer complicações: De acordo com a dermatologista Ana Paula Manzoni, especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, quando o procedimento de microagulhamento é feito em casa, a principal complicação é o risco de infecções. "São abertos vários micro orifícios na pele por onde bactérias, vírus e fungos podem entrar. Estas infecções podem ser leves ou evoluir para manchas, cicatrizes e, até mesmo, infecção generalizada", explica.
A agulha de 0,2 mm pode ser utilizada em casa, mas a dermatologista Ana Lúcia Récio ressalta que esse tamanho não atinge o local desejado, que é a derme, onde ocorre a reparação.
Microagulhamento com um especialista
Segundo a dermatologista Ana Lúcia Récio, quando a técnica de microagulhamento é realizada por um profissional, estimula a fabricação do colágeno na pele da pessoa. A técnica IPCA é indicada principalmente para melhorar:
- Rugas
- Flacidez
- Poros abertos
- Cicatrizes de acne
- Estrias
- Melasma.
A dermatologista Emily Alvernaz, especialista da Clínica Goa (RJ) relata que o paciente precisa primeiro passar por uma avaliação médica para determinar qual dispositivo e profundidade de agulhas é mais adequado para o tipo de tratamento que ele precisa. O número de sessões também serão indicados e a associação com outras técnicas. O especialista saberá como realizar o preparo da pele com ácidos ou cosméticos pré procedimento.
Também deverá ser avaliado a necessidade de fazer profilaxia de herpes ou outros tratamentos prévios. Portanto, apenas o especialista será capaz de reconhecer algumas contraindicações de acordo com o caso de cada paciente.
Quem pode realizar o microagulhamento?
Você sabia que nem todo mundo pode realizar o tratamento com as microagulhas? Pois é, segundo a dermatologista Emily Alvernaz, algumas contraindicações devem ser levadas em conta antes da execução do procedimento estético. A especialista listou algumas, como:
- Presença de lesões de acne inflamatórias ativas
- Presença de lesões pré-neoplásicas
- Infecções ou irritação na pele
- Uso de anticoagulantes ou AAS
- Doenças autoimunes ou distúrbios do colágeno.
"O microagulhamento sem aplicação de outras substâncias associadas pode ser realizado em gestantes, não é uma contraindicação, mas como normalmente é necessário o uso de cremes anestésicos não é recomendado antes do terceiro trimestre", revela a dermatologista.
A especialista recomenda que no dia da realização do procedimento não seja usado nenhum produto domiciliar, inclusive filtro solar nas primeiras 24 horas para não correr o risco de contaminação, porque os canais abertos demoram no mínimo 12 horas para iniciar o processo de cicatrização.
Depois do tratamento
Depois de realizar o tratamento de forma correta, ou seja, com um especialista, a pele fica bem avermelhada e com a presença de sangue. "Dependerá do que está sendo tratado e do calibre das agulhas utilizadas", explica Ana Paula Mazoni.
A dermatologista Emily Alvernaz esclarece que esse estado da pele normalmente cede entre 24 a 48 horas. Com isso, alguma descamação fina pode ocorrer a partir de 48 a 72 horas, mas a pele tende a voltar a coloração normal com no máximo uma semana após o procedimento.
Em seguida, o paciente já começa a observar uma melhora da textura da pele, com a sensação inicial de renovação.
Aliás, alguns alimentos podem ajudar muito no pós tratamento, como manter uma dieta rica em colágenos, antioxidante resveratrol presente nas uvas, vitaminas A e C presentes nas frutas e ômega 3 presente nos peixes.