Psicóloga formada em 1998 pela Faculdade de Ciências e Letras, com validação e equivalência de diploma pela Universidade...
iHoje, com os altos padrões de consumo da sociedade pós-industrial, a evolução dos meios tecnológicos se dá cada vez mais rapidamente e reflete na pressão sobre o ser humano para que ele se torne também cada vez mais veloz e produtivo. A ordem é fazer sempre mais, mais rápido e melhor. Tudo no ato. Café solúvel, comida de microondas, macarrão
instantâneo... O ritmo imposto pela era digital transformou nossa maneira de perceber o tempo e o nosso relógio biológico, mas ainda não aprendemos a conviver pacificamente com a mudança. Queremos acompanhar a evolução tecnológica e deixamos de perceber o ritmo natural dos acontecimentos.
Hoje, se a bateria do celular acaba, nos sentimos isolados do mundo.
Se a internet não funciona ou a conexão demora, entramos em desespero. Nosso dia-a-dia não é o mesmo sem a trilha sonora do MP3. O passeio não tem o mesmo sabor se não tirarmos dezenas de fotos digitais para enviar aos amigos por e-mail ou deixá-las expostas em sites de relacionamentos, como o Orkut. Todos estes avanços tecnológicos originados para nos servir, proporcionar segurança e mais tempo livre acabaram nos ocupando mais. O clima de irritação e ansiedade é crescente e o nosso tempo tem sido cada vez mais curto.
Como conseqüência, as pessoas vivem com a sensação de que não conseguirão acompanhar nunca o ritmo das coisas. É o que chamamos de estresse digital. O problema surge quando a pessoa não consegue usar os equipamentos de maneira equilibrada, não compreende como eles funcionam e, principalmente, quando a tecnologia falha. Todos estes processos geram muita ansiedade e angústia. No âmbito social, percebemos também solidão e depressão.
Hoje, temos a sensação de que não podemos viver sem a tecnologia. Há pessoas que acordam no meio da noite só para acessar o e-mail. Elas não conseguem controlar o seu uso e se esquecem que a tecnologia não deve ser usada para preencher vazios existenciais. A tecnologia pode gerar estresse porque exige que nos adaptemos, tanto ao seu manuseio quanto às novas possibilidades de relacionamento com o mundo. O mau uso tecnológico deixa relações afetivas, convívio social e repertório de vida empobrecidos, também provoca baixo rendimento no trabalho ou nos estudos.
Deletando o sofrimento
Maneiras de reduzir o isolamento e políticas para evitar o excesso de trabalho são alternativas para lidar melhor com o estresse digital. Os limites entre trabalho e lazer deveriam ser mais respeitados. Após o expediente, é comum ouvirmos a secretária eletrônica, continuamos atendendo ao celular e checando os e-mails em casa. Isso quando não vamos direto para os programas de mensagens instantâneas, como o Messenger e os sites de relacionamento, como o Orkut, ou seja, não cortamos o contato com o mundo virtual.
A dependência da internet é um distúrbio psicológico. Por isso, diagnóstico e tratamento são fundamentais. Não é possível identificar um dependente da Internet apenas pela quantidade de horas que ele fica em frente ao computador. Este pode ser um dos fatores, mas não é o único. O mais importante é perceber como a Internet está interferindo na sua vida diária, nas suas atividades, no contato com parentes e amigos.
No dia-a-dia, as pessoas que sofrem com o estresse digital entram num círculo vicioso em relação à vida social. Lazer e outras atividades perdem espaço para a Internet. Segundo a psicóloga, o dependente da internet, na maioria das vezes, apresenta outros distúrbios, como depressão, fobia social e timidez. Ele usa o site, antes de mais nada, como uma forma de se relacionar. Para estes casos, a terapia está indicada. O problema pode e deve ser tratado até quando for necessário, isto é, até a pessoa voltar a ter uma vida normal.
Adriana de Araújo é psicóloga especializada no tratamento de fobias e autora do livro: O Segredo para Emagrecer.
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