Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO sol desempenha um papel importante para a saúde do organismo. Ele é quem nos ajuda a sintetizar vitamina D, nutriente fundamental para o fortalecimento dos ossos e do sistema autoimune, dentre outros benefícios. Por outro lado, a exposição solar desprotegida pode acarretar danos em curto, médio e longo prazo, que merecem nossa atenção. Um deles é o câncer de pele, que pode ser prevenido com alguns cuidados diários básicos.
"O excesso pode levar a uma alteração na parte imunológica local e queimaduras. Essa parte imunológica favorece, por exemplo, o aparecimento de herpes, manchas de pele e envelhecimento precoce. Para quem tem maior exposição solar durante a infância, com queimadura importante, surge o risco de desenvolvimento de câncer de pele melanoma, que é mais agressivo", explica a dermatologista Mayra Tosta, da clínica OrtoDerm.
Além do risco de lesões cancerígenas, como observa a especialista, o sol é responsável por danos de fotoenvelhecimento que costumam ser sentidos em longo prazo, como manchas, sardas, rugas, linhas finas, pigmentação irregular e outros sinais de fotoenvelhecimento. Isso porque a radiação ultravioleta emitida pelo sol não atinge apenas a superfície, com as queimaduras e os raios UVB; ela também chega às camadas mais profundas da pele, devido à ação dos raios UVA, que têm comprimento de onda maior.
Olhos e pálpebras: todo o cuidado é pouco
Para poder aproveitar o verão e os benefícios que o sol oferece para a saúde, é preciso pensar na proteção adequada de cada parte do corpo. Além da pele, por exemplo, os olhos merecem um cuidado especial, que nem todos se lembram com frequência. De acordo com a oftalmologista Leticia Sant?Ana, da Cia. da Consulta, os olhos também estão expostos à radiação solar e sujeitos a danos muitas vezes irreversíveis.
"Um dano muito conhecido é a catarata, cujo desenvolvimento é acelerado pela exposição solar. O pterígio é outra doença comum na população em áreas de trópicos, também relacionada com o sol. Outra doença é a degeneração macular relacionada à idade, que em muitos países desenvolvidos é a principal causa de cegueira. Aqui no Brasil não é a principal, mas a vemos muito em pessoas de pele mais clara, é algo que tem relação com a exposição aos raios ultravioleta", explica Leticia Sant'Ana.
Além dos olhos, a oftalmologista alerta para outra parte da mesma região que deve ser protegida: as pálpebras. De acordo com Leticia, a pele das pálpebras é extremamente sensível e pode sofrer com queimaduras e até desenvolvimento de câncer, em caso de exposição solar excessiva. "É mais frequente encontrarmos tumores de pálpebra do que o ocular, então, é importante proteger", afirma.
Como se proteger corretamente
Basta aplicar um pouco de protetor, vestir a roupa de banho e correr para o mar, sem nenhuma preocupação? Nada disso. É preciso ter ao alcance uma combinação de itens que garantem maior proteção solar em áreas de alta exposição, como praia e piscina. Além do protetor solar, com um valor de FPS a partir de 30, é interessante contar com chapéus ou bonés de aba larga e óculos escuros com proteção UVA e UVB - vale o mesmo cuidado para usuários de lente de contato.
"Para quem usa este tipo de acessório, é interessante juntar as duas coisas, os óculos e as lentes de contato com proteção UV. As lentes, sozinhas, não protegem as pálpebras. Também é importante se certificar de que as lentes dos óculos tenham filtros mais escuros e sejam confiáveis", alerta Leticia Sant'Ana. Vale lembrar que que o cuidado deve ser redobrado no caso de banhos de piscina e de mar; o recomendado é optar pelas lentes de descarte diário, cujo risco de contaminação é menor.
No caso das pálpebras, a dermatologista Mayra Tosta comenta que há o risco de dermatite ou hipersensibilidade por parte de alguns pacientes com a utilização de protetor solar na área. Para reduzir os riscos, a dica da especialista é investir em chapéus com aba larga, além dos óculos escuros, e diminuir a exposição durante o horário mais crítico do sol, que costuma ser entre 10h e 16h.
Para o restante do corpo, vale redobrar o cuidado com a aplicação do protetor solar e usar barreiras de proteção física, como camisetas, cangas, saídas de praia e outros acessórios. No caso do protetor, Mayra recomenda a aplicação no corpo todo, inclusive em regiões que costumam ser "esquecidas" pelas pessoas, como a parte de trás do pescoço e orelhas.
"Também é muito importante a quantidade utilizada nessa hora. Quando você passa o protetor solar, não pode economizar. Muitas pessoas não gostam da sensação da pele mais pegajosa, então, acabam usando uma camada mais fina do produto, e é isso que diminui a proteção. É por isso que utilizamos um FPS maior. Já a reaplicação deve ser feita a cada 2h, se a exposição for mais intensa e após entrar no mar ou na piscina", reforça.
Ainda assim, a dermatologista ressalta que todas as etapas de proteção não são muito eficazes no período mais crítico do sol, citado anteriormente, que começa às 10h e termina às 16h. Se você pretende aproveitar o verão sem arrependimentos, lembre-se de tomar cuidado esse intervalo e de combinar todas as frentes de proteção solar possíveis.