Especialista em medicina do sono no Instituto do Sono, realizou o curso de cirurgias para apneia do sono no complexo Flo...
iSim, a vacina para rinite, também chamada de imunoterapia, pode ser usada como tratamento para rinite, mas apenas para as pessoas que apresentam rinite do tipo alérgica.
No caso da rinite alérgica, a pessoa, na maioria das vezes, tem uma predisposição genética para a doença. Quando um dos pais apresenta rinite alérgica, a chance de transmissão para o filho é de 25%. Já quando são ambos pais, a chance aumenta para 50%.
Entretanto, ao longo da vida, o contato com certas substâncias (ditas alergênicas) pode também ser o gatilho para desencadear a doença. Todo quadro alérgico é na verdade uma resposta exagerada da defesa do organismo, na tentativa de combater substâncias que possam nos causar algum dano. Como mecanismo de defesa, o nariz desencadeia uma reação que causa obstrução das narinas, para impedir a entrada de microorganismos e substâncias nocivas.
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Esse mecanismo exagerado acaba dificultando a própria respiração nasal e por isso é prejudicial porque o nariz desempenha uma função importante de filtrar partículas e umidificar o ar que vai ser direcionado aos pulmões. Com as narinas obstruídas, a pessoa passa a respirar pela boca, e o ar chega aos pulmões sem o preparo adequado.
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Quando a vacina é indicada?
O teste alérgico determina quais são as substâncias positivas (alérgenos), e a vacina será direcionada a estas partículas. A concentração das partículas e a frequência de uso da vacina variam conforme o caso, mediante orientação médica. Em geral, a vacina é administrada por períodos longos para reduzir a sensibilidade da pessoa aos alérgenos.
Quando o tratamento habitual com medicações e a higiene do ambiente falham, está indicado associar a vacina. Não se pode falar em cura com uso da vacina, mas ela é eficaz em reduzir a dose e a frequência das medicamentos que a pessoa faz uso, podendo até mesmo ser suspensos por um período, mas o acompanhamento médico e os cuidados do ambiente devem ser mantidos para evitar novas crises.
A vacina é indicada pelo médico especialista e pode ser encontrada em vários laboratórios especializados. Existem dois tipos de administração da vacina, por meio de injeção subcutânea e por meio de gotas sublinguais.
A eficácia do tratamento com a vacina varia conforme o caso, e a literatura científica tem apontado resultados muito promissores. Um estudo recente observou eficácia de aproximadamente 80% de a vacina reduzir e mesmo eliminar os sintomas da rinite até 10 anos após o tratamento.
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Vale ressaltar que cada caso deve ser avaliado individualmente, e como a vacina não tem ação na causa da doença, que é genética, a pessoa pode apresentar sintomas novamente no futuro. Por isso é bastante importante manter cuidados de higiene na casa, como evitar acúmulo de poeira e contato com cigarro e manter ambientes bem arejados.
Os efeitos colaterais da vacina podem ser locais (em especial no caso da vacina subcutânea) e pode-se dizer que o risco da aplicação da vacina é muito baixo por dois motivos. Um deles é que as reações alérgicas, que podem eventualmente ser graves, são muito raras atualmente. E o outro fator é de segurança do paciente. Pelo risco de reação, em especial nos casos de vacina subcutânea, o paciente deve ser avaliado antes da vacina e esta deve ser suspensa se estiver durante crise de rinite ou asma.