Graduada em medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Sorocaba em 1980. Especialista em Pediatria pelo Conselho...
iA tireoide é uma glândula pequena com cerca de dois centímetros, situada na região anterior do pescoço, no Pomo de Adão. Pequena, mas de imensa importância, quase todos os órgãos e sistemas dependem de seu bom funcionamento. Produz dois hormônios (T3 e T4), responsáveis por processo biológico que gera energia e calor para o corpo. Eles estimulam produção de proteínas que estão relacionadas com crescimento e maturação.
Ela também produz calcitonina, hormônio que participa da concentração e incorporação de cálcio pelos ossos. Portanto, o mau funcionamento da tireoide afeta calor, atividade corporal, crescimento ósseo, frequência cardíaca, funcionamento renal, e um monte de outras ações que se inter-relacionam.
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O mau funcionamento, hipotireoidismo, tem maior ou menor gravidade dependendo da idade.
Quando a deficiência ocorre ainda no útero pode ter extrema gravidade, determinando sintomas importantes como déficit de crescimento, retardo intelectual e corporal, chamado de Cretinismo. Dada a gravidade do quadro clínico, na década de 70 foi implantado o primeiro teste do pezinho com o objetivo de detectar duas doenças: a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito. Ambas as doenças, na falta de diagnóstico precoce, causam deficiência intelectual.
O teste do pezinho passou a ser obrigatório em 1992 e, em 2001, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Triagem. Os sintomas no neonato e na infância são diferentes se comparados com crianças mais velhas e adultos.
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Hipotireoidismo neonatal
Deverá ter diagnóstico precoce, detectado pelo teste do pezinho. Determina quadro grave e se não tratado rapidamente tornar-se irreversível. Acompanha crescimento retardado, e consequente retardo de desenvolvimento neuro psicomotor com atraso mental. Assume então importância o cuidado com a mãe durante o pré-natal. Presença de medicamentos em uso, excesso ou deficiência de iodo, entre outros, podem afetar o bebê.
O quadro clínico pode ser assintomático pois mesmo que o bebê tenha deficiência na produção do T3 e T4 por sua tireóide, tem um período em que o hormônio da mãe que vem através da placenta, mantém uma aparente normalidade. Daí a importância do Teste do Pezinho que nesta situação se apresenta alterado. Instituído o tratamento precocemente evitamos que a criança manifeste sintomas, o hipotireoidismo clínico.
Hipotireoidismo em crianças
Na criança maior os sintomas podem ser parecidos com os do adulto, que incluem:
- sonolência e cansaço
- dificuldade de deglutição
- constipação
- ganho de peso
- lentificação
- mau rendimento escolar
- câimbras
Zumbido no ouvido e diminuição da acuidade auditiva podem estar associados a hipotireoidismo.
Crianças por vezes têm pequena elevação de TSH, menor do que 10 mU/L, com T4 normal. Considera-se hipotireoidismo subclínico e só vai ser tratado com introdução de hormônios se houver sintomas ou o TSH subir além desse valor, devendo ficar sob controle.