Formado em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP) em 1992. Newton Nunes é professor do Instituto do C...
iDurante a realização de qualquer atividade física nosso organismo necessita de energia. Até mesmo em repouso necessitamos de energia para realizarmos nossas funções vitais, como por exemplo, respirar. Esta energia é proveniente dos alimentos que ingerimos nas refeições. Aliás, nossas refeições devem conter carboidratos, gorduras e proteínas de uma maneira equilibrada.
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Como ocorre a produção de energia no organismo
Ao treinar, nosso organismo necessitará de glicose para realizar os movimentos exigidos pelo exercício físico. Esta glicose advém dos carboidratos consumidos. Contudo, quando nosso corpo fica muitas horas sem ingerir qualquer alimento, o estoque de carboidrato fica muito reduzido, prejudicando seu fornecimento. O organismo então recorre ao estoque de gordura do indivíduo.
Só que a geração de energia da gordura, proveniente da beta oxidação, fica prejudicada, pois é dependente do metabolismo de carboidratos, os quais estão escassos neste momento no organismo da pessoa que está realizando a atividade física. Neste momento, então, inicia-se o metabolismo das proteínas, ou seja, a chamada proteólise.
Além disso, o nosso sistema nervoso central funciona à base de glicose, não de corpos cetônicos. Corpos cetônicos são resultados de quem está treinando em jejum de 10 a 12 horas ou mais.
Desta forma, torna-se importante ressaltar que as pessoas não necessitariam praticar o jejum intermitente, pois isso prejudica o metabolismo energético. Com isso, a geração de energia é proveniente de massa magra do indivíduo! Isto mesmo, a pessoa começa a perder músculos durante a atividade física se treinar em jejum!
Perda de músculo x queda no desempenho
Vale ressaltar que um jejum de 5 a 6 horas antes do treinamento físico não promoverá perda de músculo, desde que a pessoa tenha realizado uma boa refeição no dia do treino.
Mas treinar em jejum de 5 a 6 horas certamente prejudicará o desempenho na atividade física, pois os carboidratos são essenciais em treinos intensos.
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Treinar e fazer dieta low carb pode?
A pessoa que pratica a dieta low carb necessita do acompanhamento de um profissional da nutrição, já que, dependendo da quantidade mínima de carboidrato que estiver ingerindo diariamente e seu treinamento físico, pode ocorrer um prejuízo no fortalecimento muscular e na sua evolução nos treinos aeróbios, como por exemplo corrida, natação ou ciclismo.
Para queimar gordura é preciso queimar carboidratos
O metabolismo da gordura depende de carboidratos. Com os níveis de carboidratos reduzidos, o metabolismo da gordura fica prejudicado, ocorrendo então o predomínio da queima das proteínas, como falado acima.
Novamente, torna-se importante reforçar o conceito da bioenergética: o metabolismo da gordura é dependente de um nível razoável de carboidratos no organismo. Caso contrário, a geração da energia ocorrerá da massa magra.
Estas informações podem ser aplicadas tanto para o treinamento físico aeróbio quanto no treinamento de resistência (como a musculação). Treinar em jejum é uma maneira de reduzir a quantidade de músculos do seu organismo. Nunca realize tal procedimento!
Conclusão
Para a obtenção de ganho de saúde, condicionamento físico e emagrecimento, as pessoas devem procurar um profissional da área da nutrição que calcule um déficit calórico diário; e um profissional da Educação Física que realize a prescrição do treinamento físico. Desta forma, seus objetivos serão atingidos com equilíbrio fisiológico e de uma maneira segura e adequada ao seu corpo.
Concluindo: treinar em jejum é um grande equívoco! Nunca treine em jejum!