Graduado pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA). Residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual de...
iFernanda é professora de 35 anos da rede estadual e municipal de ensino. Sempre foi uma mulher batalhadora, esforçada, dedicada e que ama sua profissão. Recentemente, com o excesso de trabalho e presenciando momentos difíceis e de muita pressão na rede, ela tem se sentido cada dia mais frustrada, cansada, é inútil no trabalho.
Tem dores de cabeça e musculares diárias, não consegue desligar do trabalho e está pessimista quanto ao futuro da profissão. Tem sintomas de ansiedade aos domingos porque lembra que terá uma semana inteira de trabalho. Está assim há meses e não compartilhou isso com ninguém da sua família ou amigos. Você alguma vez já se sentiu na posição de Fernanda?
Ela tem a Síndrome do Burnout, também chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional. Seu significado no inglês é Burn (queimar) Out (por inteiro). Ela é um transtorno relacionado ao excesso de trabalho e de pressão sobre os funcionários, muito comum em profissionais de saúde (médicos e enfermeiros), professores e bancários. Os seus sintomas levam a grande esgotamento da pessoa.
Sintomas da Síndrome do Burnout?
Como fazer para identificar seus sintomas? Gosto de dividir os sintomas dessa síndrome em dois polos. O primeiro são os sintomas físicos e, o segundo, são os sintomas psicoemocionais.
Entre os sintomas físicos, temos:
- Alterações do sono
- Alterações do apetite
- Dores de cabeça
- Dores musculares
- Alteração na pressão
- Sintomas gastrointestinais, envolvendo desde náuseas até diarreia e dores abdominais
- Cansaço físico e mental
Os sintomas psicológicos e emocionais são:
- Irritabilidade, impaciência e nervos à flor da pele
- Dificuldade de concentração
- Sentimento de fracasso, inutilidade e insegurança
- Pessimismo
- Sentimento de incompetência e enganação
- Oscilações do humor
- Isolamento social
A Síndrome do Burnout precisa ser entendida como um problema do trabalho, não do trabalhador. É comum pessoas que sofrem do transtorno dizerem que são inúteis, incompetentes, que deveriam fazer mais quando, na verdade, é a rotina de trabalho que é estressante, exaustiva, com muita tensão e cobrança. A Síndrome é secundária a uma incompatibilidade do profissional com o seu trabalho, justamente pelas demandas listradas acima.
A Síndrome do Burnout precisa ser entendida como um problema do trabalho, não do trabalhador. É comum pessoas que sofrem do transtorno dizerem que são inúteis, incompetentes, que deveriam fazer mais quando, na verdade, é a rotina de trabalho que é estressante, exaustiva, com muita tensão e cobrança. A Síndrome é secundária a uma incompatibilidade do profissional com o seu trabalho, justamente pelas demandas listradas acima.
O tratamento é feito com psicoterapia. Medicamentos são necessários dependendo da gravidade do quadro. É muito comum sua evolução para Depressão, Transtornos de Ansiedade e Transtorno do Pânico. Estima-se que sua prevalência na população atinga os 40% e seus números são tão alarmantes que a Organização Mundial de Saúde incluiu o quadro no rol dos diagnósticos médicos no CID-11 (Código Internacional de Doenças).
Alguns passos são importantes para prevenir tal quadro:
- Crie metas pessoais e profissionais. Coloque na balança se o que você está fazendo não está excessivo e ainda lhe dá prazer
- Tenha hobbies e lazer! Sai com a família e amigos
- Faça atividades físicas regulares
- Tenha dieta balanceada
- Evite falar de trabalho quando não está no local
Lembre de procurar ajuda médica se você perceber que sente alguns desses sintomas!