Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Para os pais, o crescimento do bebê passa rápido, não é mesmo? Logo nos primeiros meses, a criança já está sorrindo, reconhecendo objetos e proporcionando muitas surpresas para a família¹. Mas, sem dúvidas, um dos momentos mais especiais é o nascimento dos dentinhos.
A erupção dos dentes decíduos, popularmente conhecidos como dentes de leite, começa aos seis meses² e pode se estender até os três anos de idade, de acordo com a evolução de cada organismo. A primeira dentição acontece em etapas e em pares², tendo início com os inferiores centrais.
Durante esse processo, a amamentação é uma aliada do bebê, uma vez que é a partir do ato de sucção que ele começa a desenvolver a fala³, a alimentação e fortalece os músculos da face³, favorecendo o posicionamento dos dentes. Além disso, o cálcio⁴ presente no alimento materno também traz muitos benefícios para a saúde dos dentes dos pequenos.
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Muitas dúvidas podem surgir ao longo dessa fase, principalmente sobre os sinais de alerta da dentição e como aliviar a dor dos filhos. Ao notar o sinal de nascimento do primeiro dentinho, busque o seu pediatra¹, que poderá ajudá-la com todas as instruções necessárias para cuidar do bebê.
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Dente nascendo e febre no bebê
Um mito comum associado à primeira dentição é a presença da febre. Aliás, ela tende a ser uma preocupação⁵ constante dos pais. Porém, estudos clínicos⁵⁻⁶ mostram que, na verdade, a febre (temperatura acima de 37,8ºC8) aparece por outros motivos, como infecções por vírus e bactérias, e não está necessariamente relacionada ao nascimento dos dentes.
O que pode acontecer na erupção dentária é somente a elevação¹ da temperatura do corpo, mas que não caracteriza febre. E, apesar de ser mais comum em quadros infecciosos, ela pode surgir sem motivo⁷ aparente na infância, quando merece uma análise mais aprofundada do médico⁵.
Febre e dentição podem se manifestar simultaneamente pois, nessa etapa da vida, os bebês começam a desenvolver habilidades motoras, ou seja, levam mãos e objetos à boca¹ com frequência, atitude que favorece a transmissão de micro-organismos. Aliás, este esforço da criança pode ser justamente para aliviar¹ o incômodo causado pelo nascimento dos dentinhos.
Já incômodos como coceira e vermelhidão na gengiva¹, irritação³, apatia, choro insistente e baba excessiva³, devido aumento da salivação, são sintomas muito comuns até o fim da erupção dentária.
Vale lembrar que esses sinais são mais intensos nos quatro dias⁷ que antecedem a perfuração da gengiva e perduram por até três dias⁷, mas podem variar.
Como aliviar o desconforto e cuidar da higiene bucal do bebê
Ver o desconforto do seu pequeno nunca é fácil⁵, nós sabemos. Por isso, os pais podem recorrer a alguns métodos para amenizá-lo, como realizar massagens leves na gengiva, oferecer objetos de silicone para o bebê e utilizar analgésicos⁷ prescritos pelo pediatra.
Em paralelo, uma preocupação comum que surge com o nascimento dos dentes infantis tem relação com a higiene bucal. Apesar de o bebê consumir apenas leite materno até os seis meses³, a limpeza é fundamental para evitar cáries e garantir uma boa formação dos dentes.
Por isso, é importante que, desde o surgimento do primeiro dentinho³, a mãe faça a higienização utilizando uma escova dental de cerdas macias e do tamanho ideal para o bebê.
Referências
1 - Revista Paulista de Pediatria. Conhecimentos e condutas de médicos pediatras com relação à erupção dentária. São Paulo, vol.26 no.3 São Paulo Sept. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822008000300010.
2 - LYTTLE, C., STOOPS, F., WELBURY, R., WILSON, N. Tooth eruption and teething in children. The Pharmaceutical Journal, 2015. Disponível em: https://www.pharmaceutical-journal.com/learning/learning-article/tooth-eruption-and-teething-in-children/20069598.article?firstPass=false
3 - Ministério da Saúde. Saúde da Criança: o que é, cuidados, políticas, vacinação, aleitamento. Disponível em: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/crianca#primeira.
4 - BERVIAN, J., FONTANA, M., CAUS, B. Relação entre amamentação, desenvolvimento motor bucal e hábitos bucais - revisão de literatura. RFO, v. 13, n. 2, p. 76-81, maio/agosto 2008. Disponível em: http://seer.upf.br/index.php/rfo/article/view/600/393.
5 - Revista Médica de Minas Gerais. Como os pais lidam com a febre infantil: influência das crenças, conhecimento e fontes informação no cuidado e manejo da febre na criança ? revisão sistemática da literatura. Minas Gerais, 24(2): 180-185, 2014. Disponível em: rmmg.org/exportar-pdf/1598/v24n2a08.pdf.
6 - MACKNIN, M.L., PIEDMONTE, M., JACOBS, J., Skibinski, C. Symptoms Associated With Infant Teething: A Prospective Study. Pediatrics, april 2000, VOLUME 105. Disponível em: https://pediatrics.aappublications.org/content/105/4/747?sso=1&sso_redirect_count=1&nfstatus=401&nftoken=00000000-0000-0000-0000-000000000000&nfstatusdescription=ERROR%3a+No+local+token.
7 - Revista de Pediatria SOPERJ. Febre no Lactente. Rio de Janeiro, v. 13, no 2, p61-67 dez 2012. Disponível em: http://revistadepediatriasoperj.org.br/audiencia_pdf.asp?aid2=620&nomeArquivo=v13n2a10.pdf.
8 - SILVA, Michele de Freitas Neves et al . Assessment and risk classification protocol for patients in emergency units. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto , v. 22, n. 2, p. 218-225, Apr. 2014 . Available from . access on 17 June 2019. http://dx.doi.org/10.1590/0104-1169.3172.2405.