Diva Portella é psicóloga com formação em Psicoterapia Cognitiva Comportamental, Sexóloga com Mestrado em Sexologia pela...
iPsicopata, Personalidade Psicopática, Sociopata, essas e outras denominações já se popularizaram diante de crimes que tiveram notoriedade nos últimos tempos.
Alguns autores diferenciam personalidade psicopática de sociopata, considerando a personalidade psicopática (psicopata) mais perigoso devido a sua capacidade de esconder a sua índole criminosa, enquanto que o sociopata desafia as normas da sociedade abertamente.
Já o DSM. IV chama esses casos de Personalidades Anti-sociais e a CID.10 de Personalidades Dissociais, ambos afastando-se da denominação Psicopata.
Aparentemente um homem normal, Josef Fritzl, o austríaco que aprisionou a filha é o fiel retrato de um psicopata.
Mentiu, enganou, manipulou as pessoas para manter a sua filha em cárcere privado durante anos.
Fria e calculista, Suzane Louise Richthofen, matou os pais e foi para o motel, bonita, alegre e rica.
Podemos perceber alguns traços comuns nos dois casos:
Não ficam nervosos facilmente.
Não sentem vergonha nem culpa.
Agem em benefício próprio.
Não estabelecem laços afetivos ou quando fazem é por interesse. Sentem-se o centro do universo.
Mentem, enganam e manipulam as pessoas com recursos enganosos.
Josef Fritzl, disse que não é um "monstro", pois teve a possibilidade de matar suas vítimas sem ser descoberto e não o fez. Claro que não o fez, o seu interesse era continuar abusando sexualmente da filha. Ter uma família no universo do psicopata não significa que ele está estabelecendo vínculos afetivos e sim que a estrutura familiar vai lhe servir para algum interesse.
Essas pessoas tem habilidades para cativar os outros através de conversas com assuntos interessantes, vestindo uma máscara de simpatia. Diferente da esquizofrenia, em que ocorre alucinações e delírios, essas pessoas podem ter outros distúrbios associados como transtorno neurológico ou mental, sendo difícil distinguir entre transtorno de personalidade psicopática/sociopatia e abuso de substâncias.
Muitos estudos mostram que em sua maioria, cerca de 84% dos sujeitos já sofreram severo abuso físico e/ou sexual. A falta de sensibilidade e da capacidade de aprender com as experiências vividas podem ser atribuídas a uma deficiência em suas reações ao medo.
Um estímulo que poderia provocar medo em qualquer pessoa, não provoca a mesma reação em um psicopata, isso explica a sua insensibilidade. Aumento de freqüência cardíaca e respiratória, suor nas mãos, são reações de indivíduos normais sob estresse, no entanto, os psicopatas não apresentam as mesmas reações, sendo essa a causa de não serem detectados pelos detectores de mentiras. As emoções e sentimentos de outras pessoas não têm importância para ele já que ele também não é capaz de sentir essas emoções.
Há uma grande confusão entre psicose e personalidade psicopática. No transtorno psicótico, o indivíduo age sob alucinações e delírios perdendo o senso de realidade. Já a personalidade psicopática sabe que a gravidade de suas ações não é aceita pela sociedade.
Com tantas informações que a população tem acesso hoje, resta ficarmos mais atentos diante do caos que um ser humano pode chegar.
Diva Portella é psicóloga com mestrado em sexologia
Para saber mais, acesse: www.divaportella.psc.br