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Mesmo sem evidências de que o COVID-19 atinja de forma mais grave as grávidas, as mortes recentes de duas gestantes no Brasil serviram de alerta e abriram uma nova discussão: afinal, quando a grávida deve se preocupar?
No dia 27 de março, uma mulher de apenas 28 anos morreu de complicações por causa do novo coronavírus, no Rio de Janeiro, dois dias depois de dar à luz. A jovem já apresentava dificuldades para respirar e os obstetras decidiram fazer o parto prematuro, quando a gestação estava na 32ª semana. A criança nasceu sem sintomas da doença, mas continua internada na UTI neonatal.
Pouco tempo depois, no dia 5 de abril, em Recife, uma outra gestante faleceu em decorrência da COVID-19. Viviane Albuquerque tinha 33 anos e teve que se submeter a uma cesariana de emergência para retirar o bebê, com a gestação também na 32ª semana. O recém nascido segue em observação.
A ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana, Beatrice Nuto Nóbrega, explica que, durante a gestação, ocorrem diversas modificações no corpo da gestante que podem agravar quadros de infecção respiratória, em especial alterações cardiovasculares, pulmonares e relacionadas ao sistema imunológico.
Riscos do COVID-19 na gestação
As grávidas não estão mais suscetíveis a contrair o vírus, porém, recentemente, o Ministério da Saúde incluiu as gestantes de alto risco no grupo de risco para as formas graves de COVID-19.
"Grávidas com doenças prévias (como hipertensão, diabetes, epilepsia, colagenoses, trombofilias), doenças adquiridas na gestação (hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, dentre outras) ou com gestação de gêmeos agora encontram-se no grupo de maior risco de infecção pelo coronavírus", afirma a Dra Beatrice Nuto Nóbrega, ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana.
Coronavírus na gravidez: sinais de alerta
A obstetra explica que quadros gripais em gestantes sempre merecem uma atenção especial e lista os sintomas comuns da doença que podem ser preocupantes na gravidez:
- febre
- tosse
- coriza
- dor de garganta
- falta de ar (é o sintoma que merece mais atenção)
- perda de olfato
- diarreia
- dor abdominal
Como se prevenir do coronavírus na gravidez
Como forma de prevenção, já que a ida aos hospitais e clínicas ainda são necessárias para manter as consultas de pré-natal e os exames recomendados em dia, Beatrice recomenda atenção aos cuidados de higiene:
- lavar as mãos com água e sabão ou higienizar com álcool em gel
- evitar levar a mão aos olhos, nariz e boca
- evitar compartilhar objetos de uso pessoal como talheres, copos ou pratos
- manter máximo o isolamento social, inclusive avaliando afastamento do trabalho
- usar máscara facial se necessitarem sair de casa