Dermatologista, é membro efetivo e diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (RJ), coordenadora m...
iNormalmente, as alterações bruscas de temperatura já provocam danos na saúde dos cabelos e do couro cabeludo. Outro ponto importante é que as células do folículo piloso também são extremamente sensíveis, avaliadas por alguns estudiosos como as mais "suscetíveis" do corpo humano.
A busca do organismo em manter a temperatura equilibrada causa o aumento da transpiração e ainda estimula a produção de óleo, uma das proteções naturais do tecido cutâneo e dos fios. Esse aumento demasiado costuma gerar uma oleosidade excessiva e seborreia, e consequentemente motiva a queda de cabelos.
É normal ter queda de cabelo no outono?
O outono-inverno é considerado pelos especialistas a estação do ano mais favorável para a temida queda de cabelos. Durante o verão, em geral, se perde aproximadamente 70 fios por dia e, em contrapartida, nas épocas mais frias se costuma perder entre 100 ou até mais.
Já no outono os dias são bem mais amenos e às vezes nublados e, naturalmente, acabamos nos expondo menos ao sol, sobretudo, no momento atual em meio à pandemia e ao confinamento social. Portanto, todos aqueles fios que vinham sendo conservados sob estímulo para crescer, passam agora para a fase de queda.
Como evitar queda de cabelo no outono
Para evitar o problema, é essencial a higienização do couro, controle da oleosidade, equilíbrio do pH e nutrição do bulbo. Assim, se consegue preservar o couro e os fios saudáveis. Veja algumas recomendações para evitar a queda de cabelo:
Mantenha o couro cabeludo limpo
Entretanto, é válido salientar que o couro cabeludo que já é habitualmente oleoso merece mais atenção, em função da maior produção de óleo pelas glândulas sebáceas. Por isso, manter o couro sempre limpo e saudável é o melhor modo de se proteger dessas alterações.
Use os produtos corretos
Também é recomendado utilizar somente produtos indicados ao seu tipo de cabelo, além de hidratá-los e protegê-los com filtro solar capilar. Estas medidas ajudam bastante na manutenção do estado normal da fibra capilar.
As pessoas que têm fios muito finos e tendência a oleosidade e caspa não devem abusar dos cremes, especialmente nunca os aplicar no couro, somente uns 10 centímetros a partir dele. Mesmo assim, atenção ao excesso porque podem provocar obstrução dos poros e irritação e assim mais chances de desenvolver dermatite e caspa.
Cuidado com a água quente!
Mas, é bom estar ciente também que existem certos hábitos que prejudicam ainda mais os cabelos. Dentre os quais, os cuidados na hora da higienização dos cabelos.
Evite, portanto, lavá-los com água muito quente. A alta temperatura irrita o couro cabeludo, podendo causar tanto ressecamento da fibra capilar quanto levar à produção maior de oleosidade, fator que pode ocasionar dermatite seborreica e descamação, principalmente naqueles que têm propensão.
Como a água quente remove óleos naturais que possuem a função de proteger o couro cabeludo, ela provoca fios ressecados. Mas, por outro lado pode favorecer o efeito rebote, que é quando o corpo para se defender da agressão produz mais oleosidade na região, o que estimula o surgimento da dermatite seborreica e até da caspa. Ou seja, nas duas situações a água quente é prejudicial.
A dica é tomar banho morno e não esfregar com força o couro cabeludo, mas fazer movimentos suaves e sem "enfiar" as unhas.
Atenção ao secador
Fique atenta também ao uso em excesso do secador, porque agentes térmicos que ultrapassem a média de 80 graus pode induzir a um processo de desidratação do fio e, com isso, eles perdem boa parte da saúde.
O vento muito quente do secador ainda pode queimar o couro cabeludo, causando lesões que irão interferir na sua saúde e trazer transtornos futuros. Outro fator danoso é o aumento da produção de óleo causado pelo calor. Então, quando o usar mantenha numa distância de cerca de uns 25 centímetros da cabeça.
Queda de cabelo durante a pandemia
É válido destacar que como estamos passando por um momento excepcional em nossas vidas, com o distanciamento e o isolamento social, o que determina menos exposição solar, além de aumentar o nível de estresse, estes fatos contribuem significativamente para o aumento anormal da queda de cabelos. Porém, lembre-se de que isso é uma fase e vai passar.
Agora os que já apresentavam queda de cabelo anteriormente, antes da chegada do outono e do confinamento, e, perceberam um agravamento do quadro, os cuidados devem ser redobrados.
O ideal é que, ao notar anormalidades excessivas busque um médico especialista em Tricologia, numa consulta online ou telefônica para receber as devidas orientações e indicações para tratar o caso.
Saiba que existem medicamentos para uso oral, tópico e até injetável para controle dessa queda ou para tratamento da doença que possa estar levando ao aumento progressivo da queda.
Quando a queda de cabelo vira calvície
No entanto, se começar a perceber que está com entradas, fios finos, curtos e ralos, o problema pode ser causado pela calvície (alopécia androgênica), que é hereditária e se caracteriza pela ação do hormônio masculino DHT (dihidrotestosterona). Esta situação afeta tanto homens como mulheres, por isso é bom observar.
Ao contrário do que muitos acreditam, a calvície feminina é tão comum quanto a masculina. Ela pode ser menos intensa e severa, porque o hormônio estrogênio protege contra a perda total dos fios, característica do homem.
Na mulher a calvície geralmente se manifesta na região central e superior da cabeça, iniciando na linha média de repartição dos fios. Mas vale ressaltar que a calvície é gradativa e não um processo agudo de queda repentina, porque o que se dá é a miniaturização progressiva dos fios, isto é, a transformação de fios grossos em finos e cada vez mais curtos e ralos.