Quando a COVID-19 foi declarada uma doença pandêmica, ou seja, de impacto global, a diferença entre surto, epidemia e pandemia ganhou destaque entre a população. Entretanto, a doença provocada pelo novo coronavírus também pode, futuramente, vir a se enquadrar em outra nomenclatura: a de endemia.
De acordo com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, a COVID-19 pode nunca desaparecer por completo do planeta e ainda haverá dificuldades no combate à doença mesmo após o desenvolvimento de uma vacina.
Isso porque existe a possibilidade de que o SARS-CoV-2 se transforme em diferentes vírus endêmicos em determinadas regiões. Mas, afinal, o que significa esta classificação de endemia e o que isso diz sobre a situação do coronavírus em todo o mundo? Entenda:
Saiba mais: Quatro vacinas contra COVID-19 avançam e podem sair em 2020
O que é endemia
Uma doença endêmica é aquela que se manifesta com mais frequência em alguma região por conta de circunstâncias locais. O surgimento destas condições, geralmente, ocorre dentro de uma localização específica e também numa determinada época. Algumas doenças consideradas endêmicas no Brasil são:
Saiba mais: Dengue e COVID-19: perigo de epidemia cruzada exige atenção
Portanto, o aumento sazonal do número de casos esperado em uma região é o que conhecemos como endemia. Neste contexto, a doença não apenas surge e "desaparece", mas segue um ciclo de contágio que se repete ocasionalmente.
Assim, uma doença endêmica permanece na população por um curso de tempo e tem uma tendência a reaparecer de forma expressiva em um período específico do ano. O aumento do número de casos de influenza durante o inverno na região Sul do Brasil também é um exemplo de endemia.
As possíveis mutações do novo coronavírus fazem com que a COVID-19 possa de tornar uma endemia no futuro. "Uma vez que se não crie uma imunidade permanente ao vírus, ele pode se expressar periodicamente, retornando e infectando essa população que não adquiriu imunidade definitiva", explica a infectologista Lessandra Michelin, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
A especialista ainda aponta que outras cepas de coronavírus já são consideradas endêmicas e causam resfriado comum na população - assim como existem tipos diferentes de influenza que causam gripe em "períodos de circulação".
Saiba mais: Gripe x coronavírus: saiba as diferenças e como se prevenir
De acordo com Lessandra, essa tendência de uma doença provocar endemias está presente principalmente entre os vírus respiratórios, como é o caso da síndrome respiratória aguda causado pelo novo coronavírus.
Como identificar o coronavírus
Sintomas de coronavírus: veja quais são os primeiros sinais
Conheça os mitos e verdades sobre o novo coronavírus
Coronavírus sem pânico: 6 dicas para não pirar com a doença