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Estima-se que mais de 41 milhões de pessoas já conseguiram se recuperar da COVID-19 desde que a doença foi declarada como pandemia. Em contrapartida, o mundo bateu a marca de 1 milhão de mortos e 72 milhões de infectados em apenas onze meses.
A infecção causada pelo novo coronavírus, que tem como sintomas principais tosse, falta de ar e febre, leva aproximadamente 7 dias para se manifestar no organismo. De acordo com a médica infectologista Raquel Muarrek, a duração da doença é parecida para todos os casos, sejam graves ou leves, com pequenas diferenças.
Recuperação dos pacientes de COVID-19
Os critérios utilizados para considerar uma pessoa curada da COVID-19 variam de acordo com o quadro. Em casos leves, quando a pessoa passa 14 dias sem apresentar mais nenhum sintoma de tosse ou quadro respiratório, é possível considerar que houve a recuperação da doença. "Ou, idealmente, é preciso ter o PCR negativo e a presença do IgG na sorologia, que é o que se preconiza", diz a Raquel.
O PCR é um exame para verificar a presença do vírus no organismo. Já o IgG identifica a existência de anticorpos específicos para combater o coronavírus, que é acusado nos exames de sangue.
A infectologista Raquel Muarrek esclarece que, nos casos moderados e graves, os pacientes tendem a apresentar positivo no exame PCR para a presença do vírus por cerca de três semanas, mas não se sabe se a doença continua contagiosa após esse período.
Para avaliar a recuperação dos casos moderados e graves, os médicos analisam também a evolução do quadro pulmonar do paciente, através de exames de imagem, e a intensidade dos sintomas. Portanto, a definição de alta depende de vários fatores.
Complicações
Raquel Muarrek afirma que é esperado que os pacientes com quadros mais agressivos demorem um pouco mais para se recuperar. Mesmo após a alta, eles costumam sentir mais cansaço para realizar coisas rotineiras. "É como se o organismo precisasse restabelecer suas forças e demora um pouco mesmo", afirma Muarrek.
Após a recuperação inicial, o paciente também precisa fazer acompanhamento médico constante para realizar exames laboratoriais e análise dos níveis do anticorpo IgG. Algumas pessoas que desenvolvem casos graves ainda podem desenvolver sequelas internas, como:
Perda de olfato pela COVID-19
Especialistas suspeitam que o vírus afeta o nervo olfatório, causando uma irritação temporária ou até permanente. Desta forma, ele promove uma desconexão entre os receptores dos cheiros e o cérebro.
Fibrose pulmonar
A fibrose pulmonar é uma doença que enrijece e reduz o tamanho dos pulmões, causando falta de ar, tosse e fadiga. A análise ainda é preliminar, mas já existem registros de casos de pacientes que têm maior dificuldade respiratória após se curarem da COVID-19.
Miocardite
Já a miocardite se trata de uma inflamação no miocárdio, um dos músculos do coração, responsável pelo bombeamento do sangue pelo corpo. Estima-se que a COVID-19 está associada à alta carga inflamatória no corpo, que pode induzir a vários problemas cardíacos, como miocardite e arritmias.
Embolia pulmonar
Para além destas complicações, o paciente também pode desenvolver embolia pulmonar ou de vasos periféricos. Esta condição se trata de bloqueios em artérias do pulmão, provocados por coágulos. No caso da COVID-19, esses coágulos sanguíneos são formados no organismo e podem causar trombose e embolia.
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