Há quem desconfia ou simplesmente não acredita nos benefícios da terapia. Porém, esse tratamento extremamente relaxante...
iDependência física:
A nicotina é a responsável pela dependência física do Tabagista. Ela é uma substância psicoativa, ou seja, afeta o físico e o psíquico além de alterar o comportamento. A dependência física significa a perda de controle sobre o uso de determinada droga. Com relação ao cigarro, a pessoa que fuma não consegue exercer o autocontrole, ainda que esteja totalmente consciente dos sérios riscos à saúde Essa dependência varia de um fumante para outro. Ao tragar o cigarro a nicotina é absorvida para a corrente sangüínea através dos pulmões e em média 10 segundos atinge o Sistema Nervoso Central, através de receptores nicotínicos Dessa forma é estimulado a
liberação de substâncias neurotransmissoras que produzem sensação de tranqüilidade e bem-estar, o que se torna um reforço para que o tabagista, após algum tempo, volte a fumar. A falta de nicotina produz reações desagradáveis as quais denomina-se Síndrome de Abstinência . Ela é caracterizada por dor de cabeça, tremor,
sudorese, ansiedade elevada, sensação de fome, irritabilidade, tristeza e até depressão.
Tolerância ocorre quando o organismo acostuma-se a nicotina e tenta compensar os seus efeitos, de forma que os mesmo são sentidos cada vez menos.
Dependência psicológica:
O cigarro é usado pelos tabagistas para controlar suas emoções. Em geral quando estão tensos ou ansiosos, fumar os acalma. Com o tempo, o tabagista amplia o uso do cigarro para controlar seu estado emocional, lançando mão do mesmo quando está deprimido, zangado ou estressado, tornando-se a forma comum de lidar com as situações que envolvem emoções, não lembrando mais como reduzir o estresse sem fumar.
Além de funcionar como um apoio ou mecanismo de adaptação para lidar com a frustração, sentimentos de solidão e pressões sociais, o cigarro também pode ser usado como forma de auto-estimulação e auto-gratificação.
Condicionamento
O ato de fumar envolve várias associações de comportamentos ligados aos hábitos individuais ou sociais, ou mesmo a rituais que, pouco a pouco, vão se transformando em reflexos condicionados.
Para exemplificar, pode ser citado o hábito de fumar nas seguintes condições: atividades intelectuais, após as refeições, no banheiro, ao dirigir, ao tomar café, ao beber entre outras. O condicionamento, portanto, é um hábito que se instala no tabagista, além da dependência química e da dependência psicológica.
A questão do condicionamento, assim como, o perfil do fumante de forma geral tem as particularidades de cada um enquanto pessoa.
Estas particularidades tem a ver com situações de vida, do dia a dia, que são colocadas em prática sem que o fumante pense antes naquilo que está fazendo.
Então você já analisou por quê fuma?
Dra. Silvia Maria Cury é psicóloga clínica e hospitalar. Doutora em Ciências pela Fac de Medicina da USP e coordenadora dos programas de Controle do Fumo do Hospital do Coração.