Possui especialização em Medicina da Dor pela Santa Casa da Misericórdia de São Paulo. Título de Especialista em Dor pel...
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Um remédio à base de plantas apresentou resultados positivos no combate ao tabagismo na última fase de testes clínicos. Trata-se de um medicamento à base de citiscilina (cistina), que pode diminuir o desejo de fumar e os efeitos da abstinência.
A pesquisa foi publicada na revista científica JAMA Network em julho deste ano. O estudo foi realizado com 810 adultos que fumavam. Eles foram divididos de forma aleatória em três grupos: um que recebeu citiscilina três vezes ao dia por 12 semanas, um que recebeu o medicamento três vezes ao dia por 6 semanas e outro que recebeu placebo três vezes ao dia durante 12 semanas.
Todos os grupos receberam apoio comportamental durante o período do estudo. Segundo os resultados, a citiscilina demonstrou eficácia no fim do tabagismo e “excelente tolerabilidade” em ambos os períodos, sendo uma boa opção para o tratamento da dependência de nicotina.
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A Archive Life Sciences, responsável pelo produto, pretende submeter os dados do estudo sobre o medicamento à Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora e fiscalizadora de alimentos e remédios dos Estados Unidos. Caso seja aprovado, o medicamento poderá ser incluído no rol de tratamentos para o tabagismo.
O mecanismo da citiscilina é parecido ao tartarato de vareniclina, componente base do medicamento Champix, da Pfizer, que foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2006. Ainda não há previsão de quando o novo medicamento será submetido à avaliação no Brasil.
Riscos do tabagismo: desde problemas pulmonares até dor crônica
O tabagismo traz diversos riscos à saúde e o principal deles é o risco de câncer de pulmão, já que o fumo é o principal fator de risco para a doença. Além disso, também é maior a chance de sofrer infarto, AVC e de desenvolver doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Além do câncer de pulmão, o tabagismo também está relacionado ao câncer de pâncreas, bexiga e leucemia. Para somar, segundo a médica intervencionista Amelie Falconi, estudos científicos já revelaram que o tabagismo está associado ao desenvolvimento de dor crônica.
“Pesquisas científicas já revelaram que o tabagismo é um dos fatores que está relacionado ao desenvolvimento de diversos tipos de neuropatia, doença que atinge o funcionamento dos nervos periféricos e que pode afetar tanto a sensibilidade quanto a motricidade e, não raramente, ocasiona dor crônica”, afirma. Entre as neuropatias mais comuns relacionadas ao hábito de fumar estão:
- Síndrome do túnel do carpo
- Nervo comprimido no punho
- Síndrome do túnel cubital
- Compressão do nervo cubital no cotovelo
- Neuropatia diabética
“Pessoas que fumam relataram maiores níveis de dor crônica em comparação com pacientes não fumantes”, diz a médica. Nesse sentido, pessoas que fumam e que sofrem com dor crônica costumam consumir mais analgésicos do que aquelas que não têm o hábito de fumar, segundo Amelie.
Como parar de fumar? Veja opções de tratamento disponíveis
Para parar de fumar, é necessário seguir um tratamento multidisciplinar, incluindo medicamentos, mudanças de hábitos e quebra de vínculos comportamentais com o cigarro. Essa alteração pode ser feita de maneira imediata, quando a pessoa marca uma data para parar de fumar e não consome mais nenhum produto derivado do tabaco, ou gradual.
Atualmente, o Brasil conta com o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), que oferece tratamento gratuito para parar de fumar pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Nele, estão incluídas avaliações clínicas, orientações individuais ou em grupo e, se necessário, o oferecimento de medicamentos - como adesivos de nicotina, goma de mascar, pastilha ou antidepressivos. O serviço está disponível em todos os estados e no Distrito Federal.
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Algumas práticas podem ajudar a passar pelo processo de parar de fumar, como:
- Fazer exercícios de relaxamento: ajuda a aliviar a ansiedade e o estresse, que podem ser fatores que aumentam a vontade de fumar ou são causados pela abstinência
- Fazer atividades prazerosas: pode ser alguma atividade física ou outros hobbies, como artesanato, leitura, pintura, dança, jardinagem, etc.
- Buscar distrações quando a vontade de fumar surgir, como beber água gelada, comer uma fruta, conversar com um amigo ou manter as mãos ocupadas com objetos ou rabiscando algo