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Um homem de 33 anos está sendo apontado como o primeiro caso de reinfecção por COVID-19 no mundo. Durante entrevista coletiva de imprensa nesta segunda-feira (24), o assunto foi debatido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Conforme publicado em reportagem da "Bloomberg", um estudo conduzido pela Universidade de Hong Kong revelou que o paciente em questão se infectou com o SARS-CoV-2 em abril deste ano e se recuperou. Porém, após uma viagem para a Espanha, em agosto, ele foi diagnosticado com o vírus novamente.
Primeiro caso de reinfecção por coronavírus
Em um comunicado oficial, os cientistas da Universidade de Hong Kong afirmaram que o paciente se trata de um homem aparentemente saudável e jovem, que foi diagnosticado com o coronavírus quatro meses e meio depois da primeira infecção.
De acordo com o estudo, na segunda infecção, o homem teria contraído uma versão diferente do coronavírus que pegou em abril - sugerindo que o SARS-CoV-2 pode sofrer mutações. Desta forma, este seria o primeiro caso de reinfecção de COVID-19 documentado desde o início da pandemia.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores analisaram o código genético do vírus presente no corpo do paciente e descobriram que o vírus da segunda infecção pertencia a uma linhagem diferente da primeira.
Além disso, segundo o documento, o homem também apresentou um quadro diferente de saúde em cada episódio: na primeira infecção, ele teve apenas sintomas leves de COVID-19; já no segundo contágio, ele estava assintomático, ou seja, sem nenhum sinal da doença.
A pesquisa conduzida pela Universidade de Hong Kong ainda não foi publicada, mas já foi aprovada e, em breve, deve ser divulgada no periódico científico Clinical Infectious Diseases.
Cautela e foco na resposta imunológica
Diante da descoberta, a líder técnica de COVID-19 da OMS, Maria van Kerkhove, afirmou que o estudo em si não foi avaliado na íntegra pela organização. Porém, ela não descarta a possibilidade de reinfecção pelo vírus e pede cautela para que a população não fique alarmada.
"Houve mais de 24 milhões de casos relatados até agora e precisamos olhar para isso a nível de população. É muito importante documentar isso e, em países que podem fazer isso, que o sequenciamento seja feito. Mas não podemos pular para nenhuma conclusão, mesmo que esse seja o primeiro caso documentado de reinfecção", afirmou.
Segundo a porta-voz da OMS, hoje em dia, estudos conduzidos pelo mundo todo têm oferecido boas informações e olhado para a questão da resposta imunológica do corpo humano contra a COVID-19.
"O que nós estamos aprendendo sobre a infecção é que as pessoas estão desenvolvendo uma resposta imune ao vírus e o que não é completamente claro é o quão forte e por quanto tempo esta imunidade dura", disse a epidemiologista durante coletiva.
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