Médica dermatologista formada em clínica médica pela UERJ e em dermatologia pelo Instituto de dermatologia Prof. Rubem D...
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O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no mundo. O diagnóstico desse tumor maligno entrega um fardo para a paciente, repleto de inseguranças e dúvidas. Isso porque a notícia da doença não mexe somente com a saúde física, mas envolve também o bem-estar emocional da mulher.
É comum que um dos principais medos relacionados à doença, além do temor da morte, seja perder as mamas e a queda dos cabelos. A mastectomia, por exemplo, é um procedimento cirúrgico que remove uma ou as duas mamas e pode ser feito de forma preventiva ou depois do diagnóstico.
Nesse sentido, a retirada das mamas é motivo suficiente para abalar a autoestima da paciente, pois, durante a cirurgia, também são retiradas as aréolas - área circular que envolve o mamilo.
Pensando nisso e em milhares de mulheres que se submeteram à mastectomia - não só pelo câncer de mama, mas também por conta de outras doenças -, o procedimento de micropigmentação vem sendo utilizado para beneficiar essas pacientes, ao conseguir redesenhar as aréolas. Entenda como ele é feito!
Como funciona a micropigmentação das aréolas
A micropigmentação é uma técnica artística conhecida por realçar sobrancelhas e lábios. No entanto, esse procedimento também tem como objetivo desenhar as aréolas de quem as perdeu por conta de alguma cirurgia, como a mastectomia.
Para Deise Damas, especialista em micropigmentação e professora da técnica no Brasil e no exterior, o principal objetivo deste método, principalmente quando usado para desenhar as aréolas, é elevar a autoestima da pessoa.
O procedimento de micropigmentação das aréolas pode ser feito tanto em mulheres quanto homens que passaram por cirurgias nas mamas decorrentes de câncer ou não. Como não é utilizado somente para a área dos seios, há tintas e agulhas apropriadas para cada tipo de técnica. "Ele é feito com ajuda de um aparelho chamado dermógrafo que implanta de forma suave o pigmento na pele", explica.
Ainda conforme Deise Damas, a micropigmentação das aréolas leva em torno de duas horas para ficar pronta. "Geralmente, metade das clientes necessitam de uma segunda sessão (retoque)", esclarece.
Vale ressaltar que a micropigmentação não é definitiva e necessita de retoques a cada três anos, em média. O pós-procedimento é tranquilo, mas exige atenção e cuidados com a região micropigmentada.
De acordo com a dermatologista Fabiana Seidl, a paciente deve lavar o local com sabonete suave e neutro, hidratar a região com produtos apropriados para a cicatrização, evitar tomar banhos quentes e não frequentar praia e piscina até que esteja totalmente cicatrizado (cerca de duas semanas). Além disso, é fundamental evitar a exposição ao sol.
Autoestima pós-mastectomia
No caso de Joana Darc Vieira Botini, a micropigmentação das aréolas foi essencial para recuperar a autoestima. Ela conheceu o procedimento por intermédio de seu cirurgião plástico, após ser submetida a uma mastectomia total da mama direita devido a um carcinoma.
Realizar o procedimento depois de passar pela cirurgia mudou a forma que Joana se enxerga no espelho, pois esse foi um recurso que ela encontrou que conseguiu chegar o mais próximo possível de como era sua mama antes da cirurgia.
"A micropigmentação na auréola faz a mulher sentir sua mama completa, o que anteriormente tem a sensação de que falta algo no seu corpo. Muitas pessoas têm vergonha de expor sua mama faltando a auréola", conta ela sobre como se sentia antes do procedimento.
Além de ter melhorado sua autoestima, ela acredita que o trabalho de um profissional de confiança e sensível fez toda a diferença no resultado final. "O profissional deve procurar fazer um procedimento que se aproxime o máximo possível da mama do paciente sem buscar perfeição e, sim, a realidade", completa Joana.
Cicatrizes após as cirurgias
Após a realização da mastectomia, é comum também o surgimento de cicatrizes na região da mama. Se isso incomodar a paciente, há maneiras de tratar as marcas com a ajuda de um médico dermatologista.
"É possível lançarmos mão de vários tratamentos para amenizar essas cicatrizes e/ou fibroses pós-cirúrgicas, como o uso de microagulhamento associado a drug delivery firmador, lasers fracionados ablativos e não ablativos para remodelamento tecidual e estimulação do colágeno", recomenda a dermatologista Luciana de Abreu, especialista da clínica Dr André Braz.