Farmacêutica graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é pós-graduada em imunologia e mestranda em sa...
iAs discussões sobre imunização nunca estiveram tão em alta. Com a pandemia no novo coronavírus, muitas pessoas desenvolveram um novo olhar para a vacinação, tornando-se mais conscientes sobre os processos de fabricação dos imunizantes e a importância de se prevenir contra inúmeras doenças.
Porém, nem sempre apenas uma dose é o suficiente para garantir a proteção contra vírus e bactérias. Todas as vacinas são desenvolvidas com características específicas, sendo que algumas delas devem ser tomadas de forma recorrente durante toda a vida, com a repetição da vacinação em determinados períodos de tempo.
Com o apoio da GSK, a farmacêutica Ana Medina respondeu algumas das dúvidas mais comuns em relação à quantidade de doses que uma vacina deve ser tomada. Confira as principais perguntas abaixo e assista ao vídeo na íntegra clicando aqui.
Minha Vida: Qual a importância de deixar a carteira de vacinação em dia durante o período de pandemia?
Ana Medina: O isolamento social criou uma falsa sensação de segurança contra doenças, mas isso não é uma realidade, já que vírus e bactérias continuam circulando. Ainda temos muitos casos de sarampo e coqueluche, além da própria gripe, que continua presente. É importante desmistificar que o isolamento gera imunização contra todas as doenças, apesar de ajudar a minimizar muitas delas.
No caso do sarampo, por exemplo, tivemos mais de 7 mil quadros no Brasil neste ano. É importante manter o calendário vacinal em dia para que, quando houver o movimento de retorno às atividades, a gente já esteja protegido.
Minha Vida: O número de vacinação em crianças e adolescentes diminuiu durante a pandemia?
Ana Medina: Sim, infelizmente. Já vínhamos numa baixa de cobertura vacinal, com uma queda sendo observada desde 2011. No período de pandemia, essa situação foi agravada, especialmente no calendário da pediatria.
Minha Vida: É realmente importante tomar todas as doses de uma vacina?
Ana Medina: É extremamente importante. Algumas vacinas só são necessárias uma dose durante a vida, mas isso varia de acordo com o tipo administrado. O tétano, por exemplo, deve ser feito o reforço a cada dez anos. Já no caso da gripe, a vacina deve ser tomada anualmente.
Precisamos ter em mente que a pessoa só estará protegida após completar o esquema de vacinação, o que pode levar até quatro doses para algumas vacinas. Por isso, não podemos tomar apenas uma dose e esquecer das demais, já que a pessoa continuará vulnerável.
Minha Vida: Por que algumas vacinas possuem mais de uma dose?
Ana Medina: Isso irá depender de cada vacina. Utilizando o exemplo da vacina contra a gripe, é gerada uma proteção de mais ou menos 6 meses, pois o vírus passa por muitas mutações de uma temporada para outra. Logo, precisamos não só fazer um reforço, mas sim uma nova vacinação a cada ano.
No caso de algumas outras doenças, as demais doses são para garantir a continuidade da proteção ao longo do tempo. O esquema primário, com as primeiras doses, serve para garantir a proteção, enquanto os reforços são para mantê-la. Isso varia de acordo com o patógeno e a tecnologia que envolvem cada vacina.
Minha Vida: O que fazer quando não se sabe se tomou mais de uma dose?
Ana Medina: Essa dúvida reforça a importância de guardar bem a carteira vacinal. Ela deve ser considerada como um documento, pois se a dose está lá registrada, ela é considerada válida. Se após 5 anos você voltar para continuar o esquema de vacinação, a última dose ainda será levada em consideração, sendo complementada. Porém, caso não haja a comprovação vacinal, a dose será considerada inválida, pois não há comprovação. Então, a pessoa irá iniciar o esquema de vacinação da primeira fase.
Minha Vida: Quais são as vacinas que os adultos devem tomar?
Ana Medina: A vacina da gripe é um exemplo que todo adulto deve e pode tomar. Além disso, há a DTPA, com um reforço a cada dez anos; a Hepatite A e B, caso não tenha tomado durante a infância; a HPV e a pneumocócica - caso haja questões respiratórias envolvidas.
Existem mais de 17 vacinas disponíveis para a população, seja para pediatria, adultos ou idosos. Então, é importante sempre conferir o que está na carteira e procurar uma sala de vacinação na rede pública ou privada, para que seja feita a atualização.
Minha Vida: Após tomar uma dose de vacina na rede privada, é possível tomar a próxima na rede pública?
Ana Medina: Há um calendário público muito robusto no Brasil, mas que não possui todas as vacinas que estão disponíveis no calendário privado. Eventualmente, pode ocorrer a migração entre as doses tomadas em cada uma das redes, mas isso também irá variar de acordo com a vacina, precisando ter cada caso avaliado individualmente. Caso haja diferenças entre as vacinas tomadas, pode ser preciso começar um novo esquema vacinal.
Minha Vida: O que fazer ao perder o prazo de uma das doses da vacina?
Ana Medina: Caso isso ocorra, o esquema de vacinação irá continuar de onde parou. Por exemplo: se uma vacina possui três doses, sendo que a segunda deve ser tomada dois meses após a primeira, mas o prazo foi perdido, só serão feitas mais duas doses quando o paciente retornar à sala de vacinação - ao invés de começar o processo do início.
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