Adriana é graduada em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC com residência em Obstetrícia - Ginecologia e especiali...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iApós a pandemia de Covid-19, sabemos que tomar todas as doses da vacina contra a doença, inclusive a bivalente, é um dos métodos preventivos mais importantes para evitar casos graves. Mas já imaginou receber um número de doses do imunizante que vai muito além do que é exigido pelo Ministério da Saúde de qualquer país? Foi o que aconteceu com um homem alemão de 62 anos, morador da cidade de Magdeburgo, que tomou a vacina contra Covid 217 vezes ao longo de 29 meses. O que aconteceu com esse hipervacinado é impressionante.
Por que ele tomou 217 doses da vacina contra covid? Saiba mais sobre o caso
De acordo com o estudo feito pela Universidade de Erlangen-Nuremberg, que examinou o homem, ele disse ter tomado um grande número de vacinas por “motivos particulares”. Esse caso desencadeou uma investigação criminal contra ele por suspeita de fraude e venda de certificados de vacina para pessoas que não queriam receber o imunizante. A suspeita foi confirmada pela polícia local e chamou a atenção dos pesquisadores da Universidade. Os acadêmicos entraram em contato com o hipervacinado para estudarem a resposta imunológica do seu corpo às múltiplas doses do imunizante.
Tomar mais doses da vacina contra covid pode fazer mal?
Após receber 217 doses da vacina contra covid, os cientistas da Universidade de Erlangen-Nuremberg que examinaram o homem não encontraram nenhum efeito colateral perceptível e, apesar dele ter tomado essa superdose para um propósito ilegal, é uma prova de que os imunizantes têm um bom grau de tolerabilidade no organismo.
Os pesquisadores também ressaltaram que o sistema imunológico do paciente estava bem funcional. A única alteração apresentada foi que algumas células imunitárias e anticorpos contra o vírus da Covid-19 (Sars-CoV-2) estavam presentes em níveis mais elevados. Mesmo assim, isso não deve se tornar um motivo para tomar mais doses de vacina do que é recomendado.
Leia mais: Dor de cabeça na COVID-19: como o sintoma se manifesta?
Segundo um artigo do jornal inglês The Guardian sobre o assunto, o professor Andreas Radbruch, imunologista e presidente da European Federation of the Immunological Associations of Experts (EFIS), embora não tenha participado do estudo, disse que a hipervacinação não aumenta a proteção de uma pessoa além do que sua memória imunológica exige. “A vacina é absorvida pelos anticorpos antes de poder desencadear uma resposta imunológica. Além de um certo nível de concentração de anticorpos, o sistema imunológico se fecha e não são produzidos mais anticorpos novos”. Ou seja, uma vez que alguém já tenha anticorpos suficientes, não será possível aumentar a sua proteção com mais doses de vacinas.
Quantas doses da vacina contra Covid podemos tomar?
Para evitar uma nova onda de Covid, é importante estar com a caderneta de vacinação em dia, porém apenas com as doses recomendadas pelo Ministério da Saúde, que vão variar de acordo com a idade de cada pessoa. De acordo com a cartilha de esquema vacinal do Ministério da Saúde, crianças de 6 meses a 4 anos precisam tomar 3 doses; pacientes a partir dos 5 anos devem tomar 2 doses; e para pessoas que se encaixam nos grupos prioritários, o esquema vacinal é composto por 3 doses + reforço da vacina.
“A imunização continua sendo a principal forma de prevenção contra casos graves de COVID-19, contribuindo para reduzir o risco de morte e o número de hospitalizações”, disse ao MinhaVida Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil.
Além da vacina contra Covid: o que fazer para prevenir o vírus?
Sabemos que tomar todas as doses da vacina contra Covid é uma das formas de prevenir a doença, mas não é a única. Também precisamos manter as regras de higiene, como lavar as mãos com frequência e usar álcool gel sempre que estiver na rua. Além disso, ao notar qualquer sintoma de Covid, não deixe de procurar um posto de saúde para fazer o teste RT-PCR. A Dra. Adriana faz o alerta: “Em maio do ano passado, a Organização Mundial de Saúde decretou o fim da emergência de saúde pública para a COVID-19, mas a importância de mantermos a prevenção permanece, uma vez que a doença continua causando internações e óbitos”.
Leia também: COVID 2024: sintomas, dias de isolamento necessários e testes