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A vacina Sputnik V, desenvolvida pelo instituto russo de pesquisa Gamaleya, apresentou eficácia de 91,6% contra o coronavírus. A informação foi publicada no jornal científico The Lancet nesta terça-feira (2). O estudo traz resultados preliminares de testes da fase 3 do imunizante.
Para a elaboração da fase 3 da Sputnik V, o instituto Gameleya realizou testes randomizados, duplo cego e com uso de placebos em 19.866 voluntários entre 7 de setembro e 24 de novembro de 2020.
Desse grupo, 4.902 receberam placebo e 14.964 receberam as duas doses da vacina - a Sputnik V é dividida em duas doses em um intervalo de 21 dias.
Segundo o estudo, verificou-se 16 casos de COVID-19 entre o grupo que recebeu a vacina e 62 casos da doença do coronavírus entre as pessoas que receberam doses do placebo.
Vacina de COVID-19 para idosos
Entre as pessoas selecionadas, constavam homens e mulheres de diferentes faixas etárias acima dos 18 anos, incluindo idosos. A eficácia da Sputnik V ficou acima da eficácia global: 91,8%.
Chama atenção, também, os números para a eficácia da Sputnik V para casos moderados ou graves. De acordo com o estudo, a taxa de eficácia da vacina é de 100%.
Efeitos colaterais
Não foram registrados efeitos colaterais graves durante os testes da Sputinik V. Segundo o relatório, voluntários sentiram sintomas similares aos da gripe, dor de cabeça, dor no local da vacina e fraqueza.O estudo reporta quatro casos de morte, mas elas não estão relacionadas com a vacina.
Sputnik V: como funciona
A Sputnik V utiliza dois adenovírus atenuados, o Ad26 e o Ad5, responsáveis por resfriados em humanos.
O princípio da vacina russa é mudar geneticamente os adenovírus selecionados para que eles carreguem a proteína spike do coronavírus consigo e, assim, estimular a produção de anticorpos contra o SARS-CoV-2.
Ao todo, 40 mil pessoas devem participar da fase três dos testes com a Sputnik V - que está em andamento pelo instituto Gamaleya.
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