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Um estudo feito por um consórcio internacional, envolvendo instituições como o Instituto de Tecnologia da Califórnia e a Universidade de Rockefeller, revelou um tipo de tratamento capaz de neutralizar o novo coronavírus e suas variantes, assim como impedir que o patogênico sofra mutações.
A análise, feita em camundongos, foi realizada com a junção de dois anticorpos naturais que formaram uma única molécula artificial. Denominado de "anticorpo biespecífico", a aplicação dessa molécula via injeção nos animais foi responsável por reduzir a carga viral da Sars-Cov-2 no organismo, além de suavizar a inflamação nos pulmões causada pelo vírus.
"O biespecífico impede a ligação S detectável à enzima de Conversão da Angiotensina 2 (ACE2), o receptor celular do vírus. Além disso, neutraliza o Sars-CoV-2 e suas variantes de preocupação, bem como os mutantes de escape gerados pelos monoclonais parentais", relataram os pesquisadores.
Esse tipo de tratamento já vem sendo realizado no combate a alguns tipos de câncer, ganhou popularidade como alternativa para tratar a COVID-19 em 2020, quando o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se submeteu a um procedimento similar após receber o diagnóstico da doença.
Segundo os pesquisadores, o estudo realizado com a molécula artificial possui forte potencial para ser testado em ensaios clínicos em humanos, com a premissa de que o anticorpo possa prevenir e tratar a infecção por coronavírus.
Medicamentos contra COVID-19
Cientistas de diversas partes do mundo seguem estudando os efeitos de diversos medicamentos contra o coronavírus. Em um projeto de pesquisas realizado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), chamado de Solidarity, foi revelado que quatro dos remédios que vinham sendo analisados desde o começo da pandemia possuem pouca ou nenhuma eficácia no tratamento da COVID-19. Entre eles estão: hidroxicloroquina, remdesivir, lopinavir e interferon.
Segundo a OMS, até o momento, os corticóides são os únicos medicamentos que apresentaram resposta positiva em casos moderados e graves de infecção por coronavírus. Um pesquisa brasileira, publicada no periódico científico Journal of the American Medical Association (Jama), apontou que o uso de dexametasona ajuda a reduzir o tempo de internação de pacientes adultos por Síndrome Respiratória Aguda Grave causada pela COVID-19 que precisam de respiração mecânica.
"O estudo indicou que o uso de dexametasona em pessoas que precisam de oxigênio diminui a internação e mortalidade. Mas, de maneira alguma, é para o paciente tomar o corticoide em casa, já que ele pode fazer mal ao organismo", explica Ivan Franca, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Entenda como funciona o tratamento contra a COVID-19.