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O cover da cantora e mãe Julia Tizumba da marchinha 'Mãe na pandemia' viralizou nas redes sociais. A letra, escrita pela musicista, professora e mãe Luísa Toller, relata a rotina sobrecarregada e, frequentemente, estressante que muitas mães estão vivendo durante o isolamento social. "Ouço mãe o dia inteiro e a louça lá na pia/ É que eu sou mãe/ Mãe na pandemia", abre a música.
Julia é doutoranda em artes da cena e mãe da Iara, cinco anos, e da Serena, cinco meses, e se identificou com a letra da marchinha escrita por Luísa, mãe da Antônia. A música ganhou o segundo lugar no Festival Meu BB, um evento on-line sobre a maternidade. Ao longo dos versos, a musicista faz críticas em tom bem-humorado à falta de apoio de outros membros da família, a insensibilidade das empresas em relação às mães de home office, a dificuldade de ajudar os filhos nas aulas on-line, a sobrecarga de tarefas domésticas etc.
"Uma, duas, três jornadas/ Esse é meu dia a dia", destaca a marchinha em determinado trecho. E não é à toa. De acordo com um estudo realizado por pesquisadoras do Departamento de Sociologia e Antropologia Social da Universidade de Valência (Espanha), as mães são as mais afetadas pelo estresse causado pelo isolamento social. Afinal, na maioria dos casos, elas acabam tendo que conciliar, sozinhas, trabalho, cuidados contínuos com as crianças - principalmente com o fechamento das escolas - e afazeres domésticos.
Ao retratar de forma leve e precisa a rotina vivenciada por muitas mulheres nesse momento de pandemia, a marchinha bombou nas redes sociais, chamando atenção para as dificuldades enfrentadas pelas mães e a necessidade de apoio por parte de todos, desde familiares a empregadores. "A música, mais uma vez, tornando esse momento tão difícil para a gente em um momento mais leve. A arte tem esse poder de nos fortalecer", finaliza Julia Tizumba em entrevista ao Balanço Geral do Rio de Janeiro.
A importância de ter uma rede de apoio
Participar da educação e desenvolvimento de uma criança não é fácil, principalmente durante a pandemia, quando escolas, creches e berçários estão fechados para diminuir a propagação do novo coronavírus. A maternidade - especialmente no primeiro ano - é cheia de novidades, como amamentação, introdução alimentar, primeiros dentes, primeiros passos etc. São muitas mudanças e acontecimentos - e a mãe não pode encarar tudo sozinha.
"Mesmo que não seja o primeiro bebê, é necessário um tempo, além de descanso e adaptação, até a mãe entender as necessidades desse novo filho ou dessa nova filha", explicou Talita Perboni, neuropsicóloga do Instituto de Neurologia e Cardiologia de Curitiba, em entrevista ao Minha Vida.
Para que isso ocorra, é necessário que a mãe tenha uma rede de apoio para ajudá-la fisica e afetivamente. Essa rede pode ser composta pelo parceiro ou pela parceira, familiares, amigos próximos ou até mesmo profissionais, como uma babá ou uma enfermeira. Além disso, é muito importante que esta rede seja composta por pessoas que a mãe se sente confortável e tem confiança - nada de forçar uma rede de apoio.